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Na Grade do MMA

Barão não estava pronto para disputar o título, mas deu sorte. Duas vezes.

Jorge Corrêa

23/12/2014 06h01

Depois de ter sido nocauteado pelo corte de peso no meio deste ano e desperdiçar a chance de retomar o cinturão peso galo do UFC, o retorno de Renan Barão ao octógono no último sábado era cercado de muita expectativa. E não vimos um ex-campeão contundente como ele já foi, pelo menos não nesta vitória sobre Mitch Gagnon.

Não que Barão tenha feito uma apresentação fraca, mas depois de uma série de vitórias impressionantes – como Urijah Faber (duas vezes), Michael MacDonald ou Eddie Wineland – era esperado um passeio. No entanto, vimos um Renan mais lento e mais previsível que o seu normal. Ainda veio com boas sequências, mas não na velocidade ou na força em que estávamos acostumados. Até sua esquiva foi falha, sendo atingido muitas vezes (Gagnon acertou tantos golpes quanto o brasileiro).

Apenas suas defesas de queda estavam impecáveis. Isso não há como negar. O katagatame que lhe garantiu a vitória é especialidade da casa e o cansaço do canadense também foi meio caminho andado. Mas Renan venceria por pontos de qualquer maneira.

A grande questão é que ficou a sensação de que faltava um instinto assassino, aquela sede por sangue que marcou sua conquista e defesas de cinturão. Se fosse apenas por esse desempenho contra o 14º do ranking da categoria, dificilmente ele teria agora, em seguida, a chance de ter sua revanche contra o campeão TJ Dillashaw. Faria mais uma luta antes disso acontecer.

Mas ele deu sorte. Duas vezes. No mesmo dia.

Por mais que Renan tenha provocado o norte-americano e pedido a oportunidade de retomar o título, ele está atrás de pelo menos dois concorrentes, o ex-campeão Dominick Cruz e Raphael Assunção. Mas não está mais.

No espaço de uma hora, os dois anunciaram na última segunda-feira que estavam lesionados. O norte-americano de maneira mais grave, uma nova ruptura dos ligamentos cruzados do joelho. Já o brasileiro fraturou um tornozelo. Assim, Barão ficou com o caminho livre para ser o próximo desafiante pelo cinturão dos galos.

Só que Renan precisa mostrar que aprendeu com tudo que passou nos últimos meses, desde o combate em que foi derrotado pelo campeão. Isso porque se ele se apresentar como no sábado passado ou como na primeira luta contra TJ Dillashaw, dificilmente esse cinturão voltará para o Brasil.

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