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Brasileira se credencia para ser rival de Ronda. 5 motivos explicam por quê

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

10/08/2015 07h29

(Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)

Ronda Rousey é tão dominante em sua categoria, que tem a olhos vistos, dificuldade de encontrar rivais, tanto que enfrentará Miesha Tate, a quem bateu em dois combates, pela terceira vez. A brasileira Amanda Nunes tratou de dar uma luz ao caminho da norte-americana no UFC de Nashville, neste sábado. Com uma vitória consistente e um fim de combate arrasador, provou que tem tudo para ser a próxima rival da campeã.

(Claro, temos Cris Cyborg no cenário, mas não dá para levar em conta uma resolução desta novela, então o post serve para falar do mais palpável à frente de Ronda)

Amanda Nunes enfrentou uma ex-desafiante ao título. A vice-campeã olímpica de wrestling em 2004 durou 1min06 contra Ronda. Diante da brasileira, também teve poucas chances. Em 2min53s, foi finalizada. Amanda quase nocauteou. Com uma combinação que mostrou sua mão pesada, fez McMann ir parar no solo, agrediu no ground and pound e pegou o pescoço em um mata-leão só para fechar a conta.

Mas não é só essa vitória que a credencia para o title shot. Então, listamos alguns fatores para explicar por quê os chefões do UFC já devem vê-la com bons olhos para esse desafio.

1. Qualidade técnica
Amanda Nunes (11 vitórias, 4 derrotas) já mostrou no octógono que é bem melhor que Bethe Correia, a brasileira que foi última rival de Ronda e durou só 34 segundos, sendo nocauteada no UFC 190. Com uma base no judô e jiu-jítsu, como Ronda, sua maior arma é a trocação. São três vitórias por nocaute no UFC e agora uma por finalização – mas o resultado da última foi construído toda em pé. Amanda tem nível que o de Bethe para desafiar a campeã na trocação.

2. Evolução
A lutadora baiana de 27 anos mora nos Estados Unidos, já vinha evoluindo seu jogo e acelerou essa melhora ao se juntar à tradicional American Top Team (ATT), equipe que já viu suar em sua sede gente como Pezão, Robbie Lawler, Mike Brown, Tyron Woodley e tantos outros.

Amanda Nunes golpeia Sheila Gaff, em sua estreia no UFC, em agosto 2013

3. Cartel justifica
Sétima do ranking, mas com chances de aparecer até entre as três melhores na lista a ser divulgada nesta segunda, ela tem um dos melhores retrospectos da categoria galo. Sua única derrota foi para Cat Zingano, um dos melhores nomes do peso, e aconteceu em um lutão – ela perdeu a chance de disputar o cinturão com esse revés, mas não chegou a ver sua carreira arranhada por ele. Bater nomes gabaritados como Shayna Baszler e, principalmente, McMann, legitimam a baiana

4. Ausência de rivais para Ronda
Com o ranking como está antes da atualização desta segunda, Ronda já bateu todas as garotas do top 5. Amanda vai entrar nesse grupo e ser a única sem esse "carimbo" da dona do cinturão. Miesha Tate, com quatro vitórias seguidas, conseguiu a chance de enfrentar Ronda pela terceira vez muito pela falta de alternativas. Mas, após Miesha, esse deve ser o único combate que faz sentido – sem falar de Cyborg, é claro.

5. Confronto direto com Holly Holm
A única lutadora que vem gerando um barulho que se equipara ao de Amanda é Holly Holm. A ex-campeã mundial de boxe chegou ao Ultimate cheia de esperanças, mas as coisas esfriaram um pouco por conta de duas vitórias apenas por pontos, sem grandes destaques, até aqui, contra nomes pouco importantes. Ainda falta comer um pouco de arroz com feijão a Holm – mas logo ela deve chegar lá também.

Dito isso, Amanda Nunes tem algumas opções. Ronda deve encarar Miesha só em dezembro. Então, ela mesmo fala em mais um combate. A brasileira até poderia aguardar – torcer contra uma resolução da novela com Cyborg -, mas parece arriscado. Então, uma opção seria uma revanche com sua única algoz no UFC, Cat Zingano, ou um combate contra a vencedora de Jessica Eye x Julianna Peña, dois bons nomes da categoria.

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