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Evento de MMA gera revolta por surras e disparidade entre lutadoras

Maurício Dehò

28/08/2015 12h22

MMA: nocaute brutal nos EUA gera polêmica

Um evento de MMA realizado nos Estados Unidos viu uma de suas lutas viralizarem na web, devido a um nocaute brutal. Mas, o resultado não foi nada positivo. Comparando as lutadoras, a disparidade técnica e até física entre elas é gritante, e isso gerou revolta na comunidade das lutas.

O Xplode Fight Series é realizado na Califórnia há cerca de quatro anos, sem sanção de órgãos oficiais, e dá espaço para lutadores em início de carreira. O problema é quando um verdadeiro talento encontra um rival sem qualquer condição de luta.

O caso mais emblemático aconteceu em janeiro deste ano. A estreante Ilima Macfarlane enfrentou Katie Castro, que já tinha duas derrotas no cartel, todas em menos de 30 segundos. O resultado é assustador. Castro – sem qualquer postura de lutadora -, toma um soco forte e, já caída, leva outro golpe devastador, caindo nocauteada.

Outro combate no mesmo estilo envolveu Alexis Dufresne, hoje do UFC e à época com duas vitórias, e Kathlina Brown, estreante. Brown, mais gordinha, mostra que sequer uma divisão de peso foi seguida. Ainda assim, perdeu rapidamente, desistindo após alguns golpes muito fortes no rosto.

Estreante no MMA toma surra e desiste de combate

A disparidade de nível técnico das lutadoras fez o site MMA Fighting escrever uma matéria especial sobre o evento. Nela, o promotor nega que escolha lutadoras inadequadas para as lutas, e afirma ter todo o aparato médico e de segurança para evitar problemas – apesar de admitir que Castro nunca mais lutará no Xplode.

Sobre aquele primeiro combate que viralizou, o organizador Gregg Sharp afirma: "A qualidade da luta acabou sendo pobre, e agora nos vemos nessa posição. Se a luta acabasse em uma mata-leão, não seria assim. Katie não é uma grande atleta, mas é uma lugadora de rua. Ela não é uma dona de casa. O vídeo viralizou porque a chamaram de 'soccer mom"', alegou ele, referindo-se a uma expressão para mães que acompanham seus filhos nos treinos de futebol.

A vencedora Ilima Macfarlane não se arrepende. "Essas garotas que enfrentamos são duronas. Elas podem não ser treinadas, mas entram para tentar me matar. O MMA não é assim, não importa quem está à sua frente, qualquer um pode vencer", defendeu ela.

Além destes combates em questão, o Xplode conta com diversos duelos em que lutadores com cartel sem vitórias ou com apenas um triunfo entram no octógono, alimentando a acusação de que muitos são usados como escadas para outros atletas.

A Comissão Atlética da Califórnia prometeu analisar os casos e estuda punir lutadores que participarem do evento, que funciona sem a liberação da entidade, por ser feito em uma reserva indígena.

Em tempo, tudo bem achar que tudo pode acontecer no MMA. No entanto, o desfecho dos polêmicos combates só comprova que não se trata de um preconceito por conta do físico ou postura das derrotadas. Elas realmente não tinham condições de estar ali, diante das rivais designadas a elas.

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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