Bellator enfrenta mesmice do UFC com show ousado – mas arriscado

Em um ano tão movimentado para o UFC, estamos passando por um período bem atípico: três semanas entre um card e outro. Mas nesta folga do octógono mais famoso do mundo, teremos um respiro de novidade no mundo do MMA e vindo do principal concorrente de Dana White e seus pares. O Bellator apresentará neste sábado o show mais inovador dos últimos anos, mas também sabendo que corre seus riscos com ele.

Tirando uma ou outra campanha de divulgação, os eventos do Ultimate são basicamente os mesmos. Pouca coisa muda na estrutura de 10 a 13 lutas por noite, algumas promessas de aproximação de disputas de cinturão (que muitas vezes não são cumpridas), apostas e jovens em algumas lutas principais e disputas de cinturão mensais. O que realmente vende o Ultimate é a qualidade dos atletas e a possibilidade de boas lutas. Provavelmente 90% dos melhores atletas de MMA do mundo estão lá.

Então como o Bellator pode competir com o maior de todos? Inovando. Sob o comando de Scott Coker – que era presidente do falecido Strikeforce quando ele foi comprado pelo UFC – a franquia norte-americana adotou um lema para fazer frente ao Ultimate: dar aos fãs o que eles querem. Dessa maneira, eles vêm pensando fora da caixinha e apresentando cards cada vez mais interessantes para um público novato ou experiente.

Neste sábado, o concorrente do UFC apresente o show chamado de Dynamite 1. Teremos no ginásio dois palcos: um cage e um ring. Em alguns momentos, acontecerão lutas concomitantes de MMA, com atletas do Bellator, e de kickboxing, com disputas do Glory, um dos principais eventos da modalidade no momento. O público poderá ver disputas de trocação para todos os estilos.

E não para por aí. O card ainda conta com um GP com semifinais e finais na mesma noite, definindo o próximo desafiante pelo cinturão dos meio-pesados, que inclui o ex-astro do UFC Phil Davis. Foi exatamente esse formato de disputa que fez o Ultimate ficar famoso na época do vale-tudo e deixou muita gente com saudade.

E não para por aí. A luta principal terá a disputa do cinturão dos meio-pesados entre o campeão Liam McGeary e o dono do uma cadeira no Hall da Fama do UFC Tito Ortiz. Outros –ex-Ultimate também estreiam no Bellator nesta noite: Josh Thomson, Francis Carmont e o brasileiro Carlos Eduardo "Tá Danado".

É um enorme pacote de novidade que pode levar o Bellator a um novo patamar para o grande público, mas também cheio de riscos. E se os torcedores ficarem confusos com as lutas ao mesmo tempo? E se tiverem duas lutas ÓTIMAS simultaneamente e uma ficar sumida? E se os concorrentes do GP se machucarem nas semifinais? E se a idade pesar para Tito Ortiz e ele tiver uma atuação pífia, digna de um ex-lutador em atividade?

Mas Scott Coker tem pouco a perder neste momento. Claro que foi feito um grande investimento, mas a dianteira do UFC nessa disputa é muito grande, eles precisam se arriscar se quiserem brilhar mais para frente. Essa é a hora perfeita de correr esse tipo de risco.

Serviço – O card principal do Bellator: Dynamite 1 será transmitido ao vivo pelo canal a cabo Fox Sports, a partir das 22h (de Brasília). Confira abaixo as lutas que o público brasileiro poderá assistir:

Liam McGeary x Tito Ortiz – Disputa do cinturão dos meio-pesados
Final do GP dos meio-pesados
Saulo Cavalari – Zack Mwekassa – Kickboxing
Josh Thomson x Mike Bronzoulis – MMA
Paul Daley x Fernando Gonzalez – Kickboxing
Keri Anne Taylor-Melendez x Hadley Griffith – Kickboxing
Emanuel Newton x Phil Davis – Semifinal do GP
Muhammed Lawal x Linton Vassell – Semifinal do GP