Queda de astros confirma 2015 doido no UFC e redefine a cara da organização

Aqui estamos, 31 de dezembro e, uau, que ano maluco para o MMA e em particular para o UFC, não? Tanto dentro, quanto fora do octógono, tivemos de tudo e, em um ano chave para a organização, depois de um 2014 bem fraco, o saldo só poderá ser definido pelo que acontecerá em 2016, afinal, a queda de astros como Ronda Rousey e José Aldo mudou a cara da organização.

Primeiro, vamos aos fatos doidos. Lá no começo do ano, Anderson Silva voltou de sua fratura na perna vencendo Nick Diaz. A festa não durou nada, bastou sair o antidoping para derrubar o ídolo, inclusive do TUF Brasil 4. Jon Jones foi além: figurou nas páginas policiais com sua fuga do acidente de carro que feriu uma grávida, teve drogas achadas no carro e acabou com o cinturão cassado.

Em outro local da montanha-russa, Ronda Rousey virou estrela global, atingiu o ápice ao nocautear Bethe Correia e, tão rápido quanto subiu, foi derrubada por Holly Holm, no nocaute brutal do UFC 193, na Austrália, com direito a recorde de público.

Já o número 1 peso por peso do mundo, José Aldo, caiu em 14 segundos para a figura mais midiática dos últimos anos, o novo astro e nº 1 do UFC (em tamanho, não no ranking) Conor McGregor, que lá no começo de 2015 estava ainda só gritando por sua chance de lutar por um cinturão…

Houve ainda muito burburinho nos bastidores, com o novo uniforme, a política de banir patrocinadores pessoais, por conta do novo acordo com a Reebok, e um endurecimento das normas contra doping.

E ainda podemos acrescentar, por exemplo, a vitória acachapante de Werdum sobre Velásquez, a ascensão de Rafael dos Anjos, e o renascimento de Vitor Belfort, que perdeu disputa de título para Weidman, nocauteou Dan Henderson em seguida e agora pode ser anunciado como desafiante do novo campeão dos médios, Luke Rockhold, numa revanche.

Revanche, por sinal, é a palavra do momento. Ronda x Holm, Rockhold x Belfort, Werdum x Velásquez, Joanna Jedrzejczyk x Claudia Gadelha, Ronda x Holm, Cormier x Jones… Alguns definidos e outros a serem concretizados, os reencontros são a forma mais fácil de reter público e atrair novos espectadores e até gerar mais dinheiro do que nas primeiras lutas casadas.

Logo, 2016 promete ser grandioso. Se Lorenzo Fertitta, um dos donos da organização, disse que o UFC atingiu US$ 600 milhões em renda, a próxima temporada não deve ficar atrás. Todas essas revanches, o duelo entre Anderson Silva e Michael Bisping em Londres, um possível evento em Nova York e, principalmente, o UFC 200, que deve ganhar um card grandioso, com Ronda x Holm 2 na luta principal, serão os carros chefe.

Mas, tudo sob a sombra de uma renovação das caras principais da organização. Ou não. McGregor vai se firmar como principal estrela? Jon Jones voltará a ser o melhor peso por peso do mundo? Ronda vai voltar ou Holm será uma campeã mais discreta? Anderson, Vitor, os veteranos ainda têm chance no topo? O momento é de transição e é claro que a maionese pode ficar perfeita ou desandar. Vai depender muito não apenas do que é dos negócios, mas do desempenho dessa gente toda quando a porta do cage fechar. Ah, e claro, de quantas lesões vão afetar os planos do Ultimate.

Interessante também é notar que o UFC anunciou todas as datas de 2015 por antecipação, ainda em 2014, mas essa medida para tentar ajudar na profissionalização da organização não foi repetida para 2016. Sabe-se de dez prováveis datas de eventos. Isso significa dificuldade ou tantas possibilidades que não foi possível fechar todo o calendário?

Como se vê, o que temos diante de nós é um cenário muito aberto para um 2016 empolgante e de evolução para o UFC. Mas, ainda são muito mais perguntas que respostas. De um ano doido como o que passou, não se poderia esperar outra coisa…