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Conor queridinho? Não é 1ª vez que UFC pode ter mesmo campeão em dois pesos

Jorge Corrêa

20/01/2016 06h01


Não é exatamente uma novidade as mudanças de ideia dos chefes do UFC. Cravarem algo em um dia e anunciarem algo oposto pouco tempo depois. Faz quase parte do folclore do evento. Aconteceu novamente nas últimas semanas. Dana White disse em dezembro que Conor McGregor teria de abandonar o cinturão dos penas para disputar o dos leves. Agora, em janeiro, liberou o irlandês para enfrentar Rafael dos Anjos e tentar unificar os títulos das duas categorias.

Logo veio a chiadeira falando que Dana White e seus pares estão protegendo o novo queridinho do Ultimate. Uma das vozes que falaram mais alto sobre o assunto foi a de Dedé Pederneiras, técnico do José Aldo. O ex-campeão dos penas pediu essa unificação por muito tempo, mas sempre levou uma porta na cara. Mas essa não é uma situação inédita na história recente do UFC.

Nem mesmo faz tanto tempo assim, já estávamos na era moderna do UFC, mas os fãs mais recentes não devem lembrar. Era final de janeiro de 2009, card especial do fim de semana de Super Bowl. BJ Penn já era campeão dos leves do UFC e não conseguia esquecer sua polêmica derrota para Georges St-Pierre três anos antes. Então o evento aceitou o desafio do havaiano ao canadense, que já era campeão dos meio-médios desde 2007.

Era a primeira vez que dois donos de cinturão se enfrentavam no octógono se enfrentavam – assim como vai acontecer com Rafael dos Anjos e Conor McGregor – e o evento tratou o encontro como superluta, como realmente foi na época. Era como se Anderson Silva e Jon Jones tivessem se enfrentado em 2012 ou 2013.

BJ Penn, que já tinha sido campeão dos meio-médios, poderia ser o primeiro dono de dois cinturões do UFC ao mesmo tempo, mesmo sonho de McGregor. No entanto, ele acabou levando uma sonora surra de GSP. Apanhou tanto, que não conseguiu voltar para o quinto round do combate e o nocaute técnico teve de anunciado pelo árbitro.

Por que Conor McGregor pode e José Aldo não?

Além dessa chance, BJ Penn tinha (na época) uma característica parecida com de Conor McGregor: a resiliência entre lutas. O havaiano, assim como o irlandês, tinha uma ótima recuperação e se lesionava muito pouco. Depois de perder para GSP, BJ defendeu mais duas vezes o cinturão dos leves no ano de 2009.

Conor McGregor disse que quer fazer quatro lutas em 2016, ou seja, teria tempo de defender o cinturão dos penas em um tempo bem comum no histórico do UFC. Por exemplo, vencendo ou perdendo de Rafael dos Anjos, estaria apto lutar na categoria de baixo na edição 200, em julho. Para se ter uma comparação, ele fez três combates em 2015.

O grande problema para o UFC liberar essa situação para José Aldo é que o brasileiro sempre teve muitos problemas com contusões. Ele nunca fez mais de duas lutas por ano desde que foi para o UFC e teve hiatos de mais de um ano desde 2011. Nesse panorama, seria muito complicado para ele defender dois títulos ao mesmo tempo.

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