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Anderson Silva tem última chance de redenção de seu legado no UFC

Jorge Corrêa

26/02/2016 17h43


Era difícil de imaginar que Anderson Silva chegaria a um combate com um hiato de três anos e meio sem um resultado positivo. Mas a luta contra Michael Bisping, neste sábado, em Londres, vale mais que o retorno à coluna da vitória. O brasileiro tem a última chance de encontrar uma redenção digna para que seu final de carreira corresponda ao legado que construiu no UFC.

Anderson ainda é o maior campeão que o Ultimate já teve, com 10 defesas consecutivas de cinturão, tem a maior série invicta da história do evento (16 lutas seguidas) e o maior número de bônus da noite (luta, nocaute ou finalização), com 12. Isso sem falar do maior salário declarado – US$ 800 mil, sem contar bônus ou participação em venda de pay-per-view.

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Mas todo esse retrospecto está em risco de cair no esquecimento rapidamente ou de ficar cada vez mais sombrio. Depois de tantos shows que fizeram ele se tornar o maior nome do evento, Anderson vem de uma derrota (para Chris Weidman), uma gravíssima fratura na perna e um caso de múltiplos flagrantes de doping no ano passado contra Nick Diaz. Não é pouca coisa para um personagem que chegou a ser apontado como imbatível.

Claro que ainda vai continuar sendo "o Anderson Silva" mesmo se perder para Bisping diante de uma multidão inglesa, mas seria mais um arranhão em seu legado.

Ele entra no octógono pressionado, só que leve. Demonstrou nos últimos dias que não está carregando o peso de quando era campeão. Antes das duas lutas contra Weidman, e mesmo para enfrentar Nick Diaz, estava taciturno, longe do expansivo Spider que vimos em anos anteriores. Como já falamos aqui no blog nesta semana, essa felicidade pode ser um enorme problema para Bisping.

O palco e o rival para que essa redenção são perfeitos. Anderson tem história em Londres – lutava e era campeão do evento inglês Cage Rage antes de ir para o UFC – e adora lutar contra a torcida. Já o adversário joga aberto, anda para frente e aposta sempre na trocação. OU seja, seu estilo casa bem com o do brasileiro.

Em resumo: atuação de Anderson Silva neste sábado definirá que ele pode voltar a sonhar com o cinturão – algo que vem falando nos últimos tempo – ou terá um final melancólico para uma carreira tão vitoriosa.

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