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Na Grade do MMA

'Na louca' após corte do UFC, Maldonado quer 3 lutas de boxe e MMA em 1 mês

Maurício Dehò

27/02/2016 08h47

Um dos caras mais engraçados e carismáticos do UFC, Fabio Maldonado não ficou muito tempo se lamentando após ser demitido do evento. O Caipira de Aço já se prepara para chacoalhar a poeira, com direito a uma volta às origens. Além de ter programada luta de MMA pelo XFC, ele retoma sua carreira no boxe, neste sábado.

Pois é. Se o UFC tem cláusulas de exclusividade que impedem seus lutadores de disputar outras modalidades, agora Maldonado está livre para tentar ampliar seu cartel notável na nobre arte. São 22 vitórias, com 21 nocautes, sendo que a última luta aconteceu em 2010.

Maldonado na derrota para Rampage (FOTO: AP)

"Eu achei que ia ser pior", admitiu ao Na Grade Maldonado, sobre sua demissão. "Fiquei triste, não vou mentir. Mas estou feliz que vou trabalhar mais ainda. E tem o lado bom, de poder lutar boxe também". Neste sábado, em São Paulo, ele enfrenta o paulista Robson Machado de Oliveira, o "Bambu", que no seu cartel no Boxrec tem uma luta, com vitória – Maldonado diz que, na verdade, a lista precisa de correção e que o rival já venceu três lutas.

Aos 35 anos, o sorocabano diz que não tem tempo a perder. Quer vencer o rival de sábado, fazer mais uma luta de boxe, em preliminar de combate de Yamaguchi Falcão, em Santos, e em 19 de março encara o norte-americano Andrew Smith no XFC. Tudo, como diz, "na louca", bem no seu jeitão de não fugir de desafios.

"Essa segunda luta de boxe ainda estão vendo adversário. Três caras não quiseram lutar comigo já… Mas eu sei que vou voltar nocauteando e sem machucar e que posso lutar. Os caras ficam arregando, dando desculpa. Eu quero trabalhar, não tenho tempo sobrando", afirmou.

E ainda soltou uma de suas pérolas: "Hoje em dia se eu estiver em um evento e alguém olhar torto para mim, eu falo: 'meu bocal e coquilha tão no carro'. Se o promotor pagar, eu subo no ringue".

O novo Maldonado e o drama do peso

Depois de tanto tempo afastado do boxe, Maldonado afirma que não escolhe uma só carreira. Quer fazer grandes lutas e se dedicar tanto à nobre arte como ao MMA. A grande diferença, que ele promete para os próximos meses, é encontrar uma melhor forma física.

"Eu acho que recaí muito no boxe. Tive conversa com treinadores meus, o Dórea e o meu fracasso teve como vilão a perda de peso. Eu fiquei irreconhecível. Antes eu não podia falar. Mas agora te digo: com duas semanas antes da luta, eu me sentia irreconhecível. Não era nem só na luta, era nas semanas anteriores", lamentou o lutador.

Maldonado agora planeja investir em uma dieta rigorosa, mas não radical. Quer perder de um a dois quilos por mês, para baixar os 100 kg e ter condições de lutar no meio-pesado (até 93 kg).

Apesar de culpar o peso para seu fracasso, ele tem críticas, mas não reclama do UFC. "Se falar mal deles, estou sendo covarde". Maldonado não descarta voltar à organização, mas não tem isso em mente no momento.

"Fiquei muito feliz de ser convidado a lutar no XFC. Na verdade, tudo que é evento está me chamando. É bacana, eles pensam, bater num cara que estava no UFC. Então, eles querem lutar comigo. Minha vontade é ter grandes combates, saber que lutei os melhores. Um dos caras que gostaria é o Sergei Kharitonov, do Bellator", contou ele, sobre o russo também oriundo do boxe. "O que menos me importa agora é o evento, quero é lutar."

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