Cigano volta aos velhos tempos e espanta desconfiança com atuação de gala

"Apresentação impressionante. Footwork perfeito, cardio infinito, jabs maldosos na linha de cintura, pouquíssimos riscos corridos. Cigano dos velhos tempos."

Peguei emprestado esse comentário do relato da luta do Cigano para começar essa análise sobre a atuação de gala do brasileiro neste domingo, na estreia do UFC na Croácia. O ex-campeão dominou como nos velhos tempos o norte-americano Ben Rothwell. O triplo 50-45 mostra pouco do que foi a apresentação do brasileiro.

Pairava uma enorme nuvem de dúvida sobre Junior dos Santos. Isso porque ele nunca mais foi o mesmo desde que perdeu a revanche para Cain Velasquez em 2013 – a segunda surra que levava do norte-americano. Ele até venceu Stipe Miocic em uma luta parelha, mas passou vexame contra Alistair Overeem no final do ano passado. Foi nocauteado em sua pior atuação no Ultimate.

Então mais que voltar a vencer, Cigano colocou em jogo na Croácia sua carreira no UFC. Onde poderia chegar dali para frente. E passou um tremendo recado para a categoria.

Como disse o amigo acima, ele teve um jogo de pernas perfeito (algo que tinha perdido nos últimos anos), apresentou uma preparação física invejável para lutar por cinco rounds. Apostou em golpes na linha de cintura para abrir espaço para suas famosas sequências na cabeça do rival. Rothwell não encontrou o brasileiro no octógono.

Os mais incautos não podem se enganar pela barriguinha do norte-americano. Ele era o quarto colocado na categoria, uma posição acima de Junior, e vinha de quatro vitórias consecutivas. Sua boa fase dá ainda peso para a vitória do brasileiro.

E Cigano deu o recado quando a luta acabou: "Podem anotar, ainda vou ser campeão dos pesados novamente."