Topo

Na Grade do MMA

Da Bahia ao título. Amanda Nunes tem chance para nova marca inédita no UFC

Jorge Corrêa

05/07/2016 16h46


Ela tinha apenas 24 anos quando recebeu a ligação mais esperada para qualquer lutador de MMA. Amanda Nunes estava com luta marcada no Invicta, seu antigo evento, e tentaria se recuperar de uma derrota. Mas nem precisou. A "Leoa" se tornou a primeira brasileira a assinar com o UFC e agora terá a chance de ser a primeira novamente: a primeira mulher dona de um título do Ultimate para o Brasil, contra Miesha Tate, no UFC 200.

"Não tem nem como explicar o quanto eu estou feliz. Estou há anos trabalhando para isso. Já chorei, já gritei. Sempre corri atrás dessa vaga, ainda mais agora com o UFC", disse a brasileira ao blog, na época, claramente emocionada. "Eu estava dormindo no domingo, quando um amigo me mandou uma mensagem de parabéns. Estranhei, porque nem era meu aniversário, mas ele falou para eu ver na internet."

Originária do boxe, a luta que parece estar no sangue do Estado, principal celeiro da modalidade no país, ela logo foi para o jiu-jítsu. Partir para o MMA foi consequência. Após um começo promissor em terras brasileiras, se mudou para Miami e engrenou uma boa carreira internacional, passando pelos importantes Strikeforce e Invicta antes de ir para o UFC.

Amanda começou sua passagem pelo octótogo com duas impressionantes vitórias sobre a alemã Sheila Gaff e a holandesa Germaine de Randamie, ambas por nocaute no primeiro round. Foi quando veio sua primeira grande chance no UFC: enfrentaria Cat Zingano e a vencedora faria a disputa de cinturão contra Ronda Rousey.

A baiana começou muito bem o combate e quase nocauteou no primeiro round, mas acabou cansando e perdeu no final. Foi lá que ficou clara a primeira deficiência de seu jogo: o condicionamento físico. "A única coisa que eu posso dizer é que todos esperem sábado para que possam ver do que eu sou capaz. Estou pronta para os cinco rounds e todos verão isso no dia da luta. Aguardem."

"A única coisa que mudou no meu camp é que eu treinei para lutar cinco rounds e estou pronta para o que der e vier. Estarei pronta para tudo o que a Miesha trouxer para luta, não importa as armas dela. Se a luta for para o chão, não terá problema, pois meu jiu-jitsu é bom e não fugirei do solo. Eu irei vencer essa luta"

Veio a recuperação. Depois de bater na trave, ela mudou de time. Trocou a modesta MMA Masters pela gigante American Top Team (ATT). O resultados mostraram que a mudança não poderia ter sido melhor. Venceu Shayna Baszler (nocaute no 1º round), Sara McMann (finalização no 1º round) e Valentina Shevchenko (por pontos). Era o que ela precisava para se credenciar para a disputa de cinturão.

O lado pessoal também ajudou. Ao mudar de time, ela também encontrou o amor. Amanda começou a namorar a americana Nina Ansaroff, peso palha do UFC. A brasileira tem a presença e a ajuda dela em tudo, da casa aos treinos. Podemos ver nas redes sociais de ambas o quanto não se desgrudam. Nina já começa até a falar um pouco de português."

"Ela é muito próxima a família dela, liga para eles todos os dias", disse Ansaroff. "Para mim, eles moravam no interior, em uma fazenda. Não tinham um bar!", brincou, seguida por Amanda. "Nós fazemos tudo junto. Fazemos comida, arrumamos a casa, treinamos. Ela vai para o Brasil comigo também."

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
Contato: nagradedomma@gmail.com

Blog Na Grade do MMA