UFC banca ‘risco Cyborg’ para ocupar vazio no Brasil e criar nova estrela
Apenas em sua segunda luta no UFC, Cris Cyborg já foi colocada em posição de destaque e é a protagonista do Fight Night deste sábado, em Brasília. Vinda de uma estreia arrasadora em Curitiba, no maior evento da organização no país, ela é, ao mesmo tempo, solução e risco. Por um lado, preenche um vácuo de estrelas verde-amarelas, por outro, vive no fio da navalha ao tentar bater o peso exigido para seus combates.
Quem acompanhou o drama do peso de Cyborg nesta semana pôde notar a confusão que foi. Declarou-se 11 kg acima do limite, afirmou estar tomando anticoncepcionais para ajudar no corte e, por causa destes mesmos medicamentos, discutiu publicamente com sua equipe. A decisão final foi "deixar nas mãos" da equipe.
No fim, Cyborg bateu o peso. Mal, fisicamente, mas bateu. O que não impede de se imaginar a tragédia que seria se ela tivesse algum problema grave por conta deste corte de peso. As maiores preocupações têm que ser com ela e sua saúde, mas é claro que para o UFC também haveria outras consequências.
Sem dar o braço a torcer quanto à criação da categoria pena, o UFC segue colocando em risco a saúde de Cyborg. É brincar com toda a carreira da brasileira, que ainda tem seu cinturão do Invicta, mas segue aceitando essas condições, que surgiram quando começou seu entrevero com Ronda Rousey.
Perder a protagonista seria deixar a luta principal com Renan Barão, que apesar de ex-campeão vem em má fase, tentando se recuperar da estreia com derrota como peso pena no UFC. O interesse cairia – até por ele pegar um rival fraco – e num momento crucial, já que o UFC precisa seguir surfando na boa onda criada pelo evento na Arena da Baixada.
Por falar em "surfar a onda", o destaque dado a Cyborg segue uma tendência nova do UFC em apostar em superlutas, relevando categorias de peso. O caso dela é diferente, já que o UFC sequer tem a divisão da paranaense, o peso pena. E é aí que surgiram tantos riscos: de um lado a saúde dela, de outro os negócios e a própria organização, que pode se queimar caso algo pior aconteça nestes cortes de peso.
Cris precisa pesar na balança e decidir entre o dinheiro e a fama que o UFC estão trazendo e sua saúde – algo que aparentemente sua equipe não fez, vide a polêmica do anticoncepcional. Do jeito que as coisas estão, mesmo que ela nocauteie rapidamente Lina Lansberg e repita o show dado em Curitiba, algo terá de mudar, para evitar o caos desta semana numa próxima oportunidade.
Enquanto nada acontece, ela segue preenchendo esta lacuna de estrelas que o Brasil vive. Fases ruins de grandes nomes das antigas, como Lyoto, Shogun, Barão, Glover e tantos outros, estão se combinando com alguns recentes tropeços, como os de Thomas Almeida e Thiago Marreta e mostrando que a renovação do MMA brasileiro e a criação de uma nova geração não serão tão fáceis como parecia.
Mas, mais que uma estrela brasileira, o UFC segue tentando fazer de Cris uma potência global. Dana White nesta semana indicou que a superluta Cyborg x Ronda já não é tão impossível como parecia. Mas, até lá, tem muito chão para rolar e muitos problemas para serem solucionados…
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