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Por que o UFC entrou de cabeça no boxe depois de negar luta para Anderson

Jorge Corrêa

25/08/2017 04h01

Para quem é fã mais antigo do MMA e acompanha o UFC há mais tempo, a luta entre Floyd Mayweather e Conor McGregor pode ter causado alguma estranheza. Isso porque o Ultimate nunca tinha liberado um de seus atletas, ainda mais um campeão, para fazer uma disputa profissional em outra modalidade de luta. Até então, seus lutadores tinham exclusividade, só poderiam ganhar dinheiro atuando pelo Ultimate.

Mas então, o que fez o maior evento de MMA do mundo mudar de ideia? Por que eles liberaram a maior estrela da companhia para ter holofotes sob outras marcas? O blog conversou aqui em Las Vegas com o vice-presidente executivo do UFC, Lawrence Epstein. O nome pode não ser muito familiar, mas ele é o dirigente logo abaixo de Dana White. Ele é importante, só não aparece muito.

"Uma das coisas que fazemos no UFC e que é um dos segredos do nosso sucesso com o passar dos anos é fazer as lutas que os fãs querem ver. Particularmente essa luta, entre Mayweather e McGregor, era algo que os fãs realmente queriam ver. Ouvimos as redes sociais, Dana ouvia as pessoa falando quando se aproximavam dele, os lutadores falavam dessa luta, percebemos que tinha um grande interesse nesse evento e com isso precisávamos fazê-lo", explicou o dirigente.

Mas então tive de questioná-lo sobre uma situação similar com um importante nome do Brasil no UFC. Durante antes, mesmo na época em que ainda era campeão dos médios, Anderson Silva cansou de pedir, praticamente implorar, para fazer uma luta de boxe contra seu ídolo e ex-campeão mundial Roy Jones Jr. O Spider falava que era o maior sonho de sua vida fazer esse combate.

Para Epstein, a grande diferença é a situação em que os pugilistas envolvidos se encontravam em cada momento. Jones já estava na descendente de sua carreira, com algumas derrotas. Já Mayweather, mesmo parado há quase dois anos, ainda tem uma carreira invicta no boxe profissional e é considerado um dos maiores de todos os tempos em sua modalidade.

"A diferença é a magnitude do evento", disse Lawrence. "Roy Jones já estava muito longe de seus grandes dias, temos agora a situação de ter o maior boxeador de todos os tempos e um dos mais interessantes personagens entre todos os esportes, uma das grandes estrelas do UFC. Era uma situação única, com o público empolgado com esse evento."

"Eu adoro Anderson Silva, ele foi um grande campeão e um grande representante do UFC, mas uma luta dele com Roy Jones não teria a mesma magnitude que essa."

Mas e agora, será que vamos continuar vendo esse tipo de troca entre modalidades, teremos outros lutadores do UFC se arriscando no boxe? Vai depender do que acontecer neste sábado, mas o Ultimate está se mostrando empolgado com o que viu até agora.

"Com certeza é possível. Já fizemos algo parecido no passado, com WWE e o UFC. Brock Lesnar era uma estrela deles e veio para cá, tivemos esses momentos de trocas de modalidade. Mas agora é uma situação única, com dois grandes atletas se juntando para lutar boxe. Se uma oportunidade como essa surgir novamente no futuro, vamos pensar nela com carinho."

"A primeira coisa que temos de fazer é passar por essa luta de sábado. Depois vamos pensar nas oportunidades que podemos ter pela frente", finalizou.

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Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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