Não era a primeira vez que estava de frente com o big boss ou que fazia perguntas a ele, mas era a primeira que fazia de forma exclusiva. Depois de uma espera de quase 3h, eu o parceiro Maurício Dehò pudemos conversar por cerca de 30 minutos com o presidente do UFC, Dana White. Gostaria de dar nesse post minhas impressões pessoas sobre esse encontro.

Pilhado. Essa era a melhor maneira de definir a expressão do dirigente quando chegamos. Ele tinha acabado de sair de uma reunião com o campeão dos meio-pesados Jon Jones e uma hora antes tinha estado na pesagem do UFC Rio.

O assunto mais quente ainda era o peso que Anthony Johnson, que tinha ficado muito acima para a luta contra Vitor Belfort. Com uma sinceridade avassaladora – uma marca pessoal – não exitou em criticar duramente o lutador e soltou o primeiro de muitos "fucks" da conversa e já encaminhou a demissão do norte-americano – que acabou acontecendo.

Dana não se ressente de responder pergunta alguma. Se ele tem uma resposta, dá. Se não tem, fala que não sabe. Simples, sem rodeios. Falou do futuro de Jon Jones, Júnior Cigano, José Aldo, Dan Henderson, dos eventos do UFC no Brasil, da TV Globo…

(Alô dirigentes do futebol brasileiro, que tal conhecerem o cara para usar de exemplo?)

Sua sinceridade também aparece na hora de falar de seus desafetos. Sua atual confusão com o canal ESPN e o ex-lutador Ken Shamrock (assunto para o próximo post) fizeram sair mais uma enxurrada de "fucks", acompanhada de alguns cuspes, veias saltando na testa e em sua famosa careca. Sangue nos olhos, literalmente.

Já mais calmo quando o assunto foi mudado, seu semblante foi do irritado ao assombrado quando perguntamos sobre sua saúde. Ele realmente ficou surpreso pela nossa preocupação com o ocorrido na coletiva pós UFC 140, quando o cartola teve de se apoiar a tribuna e não pôde mais responder a perguntas dos jornalistas.

Ele revelou em primeira mão a nós que estava com uma crise de otite, mesma doença que quase o deixou de fora do UFC Rio. "Muito obrigado pela preocupação", disse, com um largo sorriso no rosto.

A entrevista terminou com ele prometendo que não vai tirar férias, pelo menos não das longas, em muito tempo: "Não acho que vou cair morto em breve". Espirituoso.

Deixamos a sala com a sensação de que poderíamos ter ficado naquela conversa por 1h, 2h ou 3h, mas ele tinha de pegar um helicóptero. Mas também sentimos que aquela não seria a última vez que nos encontraríamos.

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