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Anderson se rende a Weidman, deixa duelo com Jones em aberto e prevê ser ator de comédia

Jorge Corrêa

16/04/2013 06h01

Está oficialmente encerrada a avalanche de aparições de Anderson Silva em programas de TV e entrevistas. Nesta terça-feira ele viaja para Los Angeles, onde começa sua preparação para sua 11ª defesa de cinturão dos médios do UFC, contra Chris Weidman. Mas o blog conversou com o Spider antes de ele embarcar para os Estados Unidos.

De muito bom humor antes de gravar um comercial de TV para um de seus patrocinadores, Anderson contou que está muito satisfeito com a postura do desafiante na luta do dia 6 de julho, em Las Vegas. "Weidman é um cara inteligente e está vendendo essa luta de uma maneira saudável. Ele terá a chance de provar que pode ser campeão."

Mas, com 38 anos recém-completados, ele já está preparando o terreno para quando parar de lutar. Se tornar ator já é uma certeza em seu futuro, tanto que já está fazendo aulas para isso. Mas para quem acha que ele estrelará filmes de ação ou fará personagens-lutadores, ele já avisa: quer mesmo é trabalhar em comédias, ao melhor estilo Eddie Murphy.

Nessa conversa, ele ainda deixou em aberto uma possível luta com Jon Jones, ainda mais no sonhado evento em Nova York, revelou o trabalho de preparação que a agência 9ine, de Ronaldo, fez com ele antes de encarar maratonas de mídia e revelou seu estilo como professor de artes marciais.

Qual tipo de luta é mais fácil de vender, contra um falastrão como Chael Sonnen ou contra um boa-praça como Chris Weidman? A gente não pode esquecer que isso é um esporte, um esporte violento. Algumas pessoas estão conseguindo entender e outras não. Quando você tem um cara que não entende a maneira correta de vender esse esporte, você acaba tendo problemas, como teve o Sonnen, que acabou se perdendo no meio da loucura dele. Ficou ruim para o esporte.

Então você aprova esse estilo de seu próximo rival, sem provocações e ataques? Quando você vai vender uma luta, você tem que vender como um esporte, como dois atletas que estão se preparando para algo importante, para dar aos fãs o que eles gostariam de ver. E é isso que o Weidman está fazendo, um cara inteligente, e é o que eu sempre fiz.

Por que você e seus agentes mudaram de postura em relação ao Weidman, já que antes negavam o combate por achá-lo muito inexperiente? Ele se credenciou para isso, independente de ele ser muito jovem ou não, de ter menos lutas ou não, é a oportunidade que o UFC está dando para ele mostrar que pode ser o novo campeão. Ele é um cara que tem de ser respeitado. Assim como ele, outros jovens virão. Isso é a evolução do esporte.

E a quantas anda a negociação para você enfrentar o Jon Jones em um possível evento em Nova York? Isso está sendo conversado ainda, não está fechado, nada confirmado. Pode ser que aconteça, tem tanta coisa pra acontecer. Logo no início as pessoas queriam uma luta minha com o GSP, que não aconteceu. Agora as pessoas cogitam uma luta minha com o Jon Jones. Esse evento em Nova York pode ser que seja com ele, pode ser que não, pode ser uma outra disputa de cinturão.

Já assinou seu propagandeado contrato de dez lutas com o UFC? Não!

Sua luta com o Weidman será a primeira desse novo contrato? Talvez!

Você se vê fazendo essas dez lutas? Se elas acontecerem e se encaixarem em cinco anos, pode ser que sim. Se passar, aí vou ficar devendo para os fãs e para o UFC.

E seu projeto para ser ator de cinema? Conseguiu rodar o filme com o Steven Seagal que você disse que faria? Já rolou esse filme, mas por conta de outros compromissos, eu não consegui fazê-lo. Então tive de adiar os planos de fazer um filme ao lado do grande Steven Seagal. Eu realmente penso em fazer cinema, estou fazendo meu curso de arte e de atuação, estou fazendo minha preparação para isso. Mas por enquanto, meu foco é minha luta. Acho que eu tenho mais cara para fazer comédia, algo como "Um Tira da Pesada" do que viver um lutador.


O que sua vida mudou depois que você passou a ter a carreira agenciada pela 9ine [em fevereiro de 2010]? Você estava ciente do boom que você teria com o público? A visão que toda a equipe da Nine, juntamente com o talento e o produto que é o Anderson Silva, foi algo que teve um casamento bacana. A sintonia é muito boa. Sempre que posso estou conversando com o Ronaldo. É o que eu falo desde as primeiras entrevistas depois que eu assinei com a Nine. Tudo isso era um bebê, recém-nascido, que precisava de cuidados. E hoje se tornou o que é porque tomamos todo cuidado com esse bebê, mas ainda precisa de cuidados. Hoje é um jovem que uma hora terá a fase de problemas, que é normal, e aí ele vai se tornar um adulto. É nisso que estamos trabalhando.

Mas antes você tinha uma agenda mais tranquila, tinha mais tempo livre antes e depois das lutas. Você estava pronto para essa maratona? Antes de começar isso tudo, houve uma preparação. Não foi assim: Ah o Anderson é legal, o Ronaldo falou 'o Anderson é legal e por isso vamos te contratar'. Teve um trabalho com toda equipe da Nine, todo mundo me preparou para que eu pudesse chegar onde estou hoje. Antes de começar toda essa maratona, tive um treinamento duro para que eu estivesse aqui hoje.

Você abriu recentemente sua academia de artes marciais em Los Angeles e vi que você já está dando aulas lá. Qual é seu estilo como mestre e professor? O Anderson professor é um cara que procura cobrar o que tem que cobrar. O grande problema, hoje em dia, dessa evolução que teve o MMA é que os atletas acabaram esquecendo a filosofia da arte marcial. Eu cobro muito isso dos meus alunos. Hoje em dia você vai a uma academia que não tem nenhum faixa-preta formado em educação física ou que saiba primeiros socorros.

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