Belfort merece revanche e é o único que tem técnica para fazer frente a Anderson
Jorge Corrêa
22/05/2013 11h31
Depois de um longo e merecido dia de folga, vou encerrar com certo atraso meus pensamentos sobre tudo que aconteceu no UFC de Jaraguá do Sul no último fim de semana. Dada minha posição sobre fatos de fora do octógono – principalmente o uso de TRT de Vitor – vou para os aspectos técnicos, para as questões da luta propriamente ditas.
Vitor sempre diz que não pede nada, que alcança o que quer por merecimento. É exatamente isso que ele fez ao vencer Luke Rockhold com um chute rodado histórico no Sul do Brasil. Ele agora, mais que qualquer outro lutador bem ranqueado nos pesos médios do UFC, merece uma disputa de cinturão da categoria.
Passada a disputa de 6 de julho, no UFC 162, entre Anderson Silva e Chris Weidman, Vitor tem de ser o próximo da fila. E se o campeão conseguir sua 11ª defesa de cinturão contra o norte-americano, Spider e Vitor têm de fazer a revanche daquela luta de fevereiro de 2011.
Belfort, aos 36 anos, é o peso médio Top 10 do UFC com a melhor série de vitórias (são quatro consecutivas na categoria) e quem vem tendo as melhores atuações. Antes de Vitor vencer Michael Bisping em São Paulo em janeiro, Dana White disse que não via essa revanche acontecendo em breve, mas agora os resultados estão gritando em seu ouvido.
Agora, vou reiterar uma tese que tenho desde a primeira luta entre Belfort e Anderson, luta que cobri in loco em Las Vegas em 2011. Vitor é o único lutador até 84kg que tem técnica o suficiente para fazer frente ao campeão. Disse isso dois anos atrás e acho que essa frase está mais atual do que nunca. Vitor está ainda melhor e mais completo tecnicamente.
São poucos os atletas que tem a capacidade de se reinventar aos 36 anos, que tem um QI físico e técnico para anexar novas armas em seu arsenal de movimentos, que é exatamente o que ele tem mostrado com os chutes altos que deu sobre Bisping e Rockhold.
Porém, contudo, entretanto, todavia… O maior empecilho para essa luta é que um dos poucos lugares que ela pode acontecer é no Brasil, pelo menos entre os grandes palcos do UFC. Isso porque a Comissão Atlética Brasileira de MMA é uma das poucas que liberaria Belfort a lutar fazendo uso do TRT.
As duas maiores comissões atléticas dos EUA – da Califórnia e de Nevada (aqui entenda Las Vegas) – já avisaram que não vão liberar a reposição hormonal de Belfort caso ele peça a exceção para lutar por lá, por já ter sido pego em um antidoping em 2006.
Essa situação é uma faca de dois gumes. Por um lado, Dana White pode bater o pé para casar essa luta já que ela não poderia acontecer em Las Vegas, a casa do UFC e onde bombaria no mercado norte-americano. Por outro, poderia ser o combate perfeito para lotar um estádio de futebol no Brasil, outro sonho do Ultimate e de seu presidente.
Aos chatos e mal-educados de plantão: Desde sempre soube que a internet é o palco perfeito para machões de teclado e mensagens agressivas e apócrifas. Mas não pensem que esse post é uma retratação ao texto que publiquei na segunda-feira. Esse post é o outro lado da história. Não retiro uma única vírgula do que disse lá atrás, mantenho minha postura de que o Vitor precisa se posicionar de maneira mais clara sobre o uso de TRT.
Quem acompanha minimamente meu trabalho sabe que sempre elogiei e defendi o Vitor quando achei necessário e o critiquei quando julguei ser o momento. Faria o mesmo com qualquer um, basta ver tudo que já publiquei sobre o Anderson Silva. E faria o mesmo com o Minotauro, com o Shogun, com o Lyoto, e por aí vai.
Não teve nada de pessoal ou corporativista. Vejam meus posts antigos, deem um Google com meu nome. Para quem procura apenas textos pachecos de exaltação, aqui não é o lugar. Aqui vou continuar dando os dois lados. Os negativos e os positivos. Se quiser ler apenas oba-oba, pode procurar outro lugar. Aqui os dois lados têm espaço.
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