Pela primeira vez desde que chegou ao UFC, apenas em sua quinta luta, Glover Teixeira tomou um susto real e esteve perto de ser derrotado, mas conseguiu uma grande virada sobre Ryan Bader e nocauteou o norte-americano, o que lhe garantiu a disputa do cinturão dos meio-pesados.

Mas o que pode ser apontado como uma falha no jogo do brasileiro, um erro que contra Jon Jones ou Alexander Gustafsson seria irreversível, por outro lado pode ajudá-lo durante sua preparação. Glover pode usar como arma esse enorme baque que levou na luta principal do UFC em Belo Horizonte na última quarta-feira.

A primeira situação é a mais clara e que até ele próprio demonstrou isso assim que a luta acabou. O golpe quase derradeiro que Bader lhe acertou também acendeu um sinal de alerta para o mineiro. Sua insatisfação com sua atuação estava em seu rosto, dificilmente UFC viu uma vitória tão dura ser tão pouco comemorada. Mesmo com Ryan refastelado no chão, Teixeira fechou a cara.

Glover já avisou que usará isso para melhorar seus treinos, vai trabalhar em cima dessa falha. Esse erro aconteceu no momento em que ainda não valia o cinturão. Por mais que aquele momento tenha mostrado que Teixeira não está pronto para ser campeão, pelo menos não naquela quarta-feira, ainda há tempo para ele melhorar e chegar à disputa de cinturão com chances reais de conquistá-lo.

Outra importante arma que Glover pode tirar daquele cruzado de Bader é o fato de que agora ele saiu um pouco dos holofotes. Antes dessa luta, ele era praticamente uma unanimidade na categoria, apontado como um dos poucos rivais a altura do campeão Jon Jones, além do atual desafiante Alexander Gustafsson.

Não são poucas as histórias de lutadores que entraram na onda dos elogios vindos de todos os lados e chegaram para seus importantes combates meio deslumbrados. Resultado? Acabaram sendo derrotados, muitas vezes de maneira vexatória.

Entendam: não estou falando – de maneira alguma – que Glover sofreria com isso. Pelo contrário. Ele já se mostrou um atleta sério e concentrado em seu trabalho. No entanto, essa será uma preocupação a menos em sua preparação. Ele terá mais tranquilidade e menos pressão externa. Pelo menos potencial ele já mostrou que tem e até mesmo Jon Jones já deixou claro que está atento a isso.