Rosto machucado e técnica de Velasquez escondem evolução de Cigano
Jorge Corrêa
20/10/2013 13h01
Direto de Houston
Quem olha o rosto de Junior Cigano depois da segunda e da terceira luta dele contra Cain Velasquez vai dizer que no último sábado, no UFC 166, a surra foi ainda maior. Se em dezembro do ano passado era só inchaço, dessa vez tiveram cortes profundos e hematomas mais contundentes. Mas essa imagem esconde uma importante melhora do brasileiro.
Apesar desse rosto mais machucado e de a derrota ter vindo com um nocaute técnico, e não por pontos como da outra vez, Cigano mostrou uma nítida evolução em sua técnica, principalmente nas defesas de queda.
Se em Las Vegas, no UFC 155, o catarinense radicado em Salvador foi um alvo fácil do wrestling do campeão, que derrubou o rival como quis, dessa vez ele se defendeu melhor, mesmo depois de quase ser nocauteado por Velasquez.
"Junior estava com um wrestling muito melhor. Cain não conseguiu levá-lo para o chão como na segunda luta, e mesmo quando ele conseguiu derrubá-lo na anterior, aceitava aquelas posições todas. Dessa vez, ele foi mais difícil de ser quedado, e quando o Cain conseguiu, o Junior se defendeu. Ele realmente melhorou nisso", disse o presidente Dana White.
Outro ponto importante é que dessa vez a mão de Cigano entrou e não foram poucas vezes. Logo nos primeiros segundos de combate, ele acertou uma sequência que balançou o norte-americano e o fez acelerar sua tática de encurtar a distância e grudar o brasileiro na grade para golpear no clinch.
A imagem acima deixa isso bem claro. Em dezembro, Cain ficou com o rosto em perfeitas condições, sem uma arranhão depois de 25 minutos. Mas como pode ser visto, o brasileiro conseguiu machucar o campeão.
Mas o principal motivo de essa evolução de Junior passar quase despercebida é – além do resultado final, claro – é o quão bom é Cain Velasquez, o quanto sua técnica de luta é apurada. Ele tem uma inteligência tática difícil de se encontrar, um condicionamento físico invejável e uma lista infindável de recursos.
Se o brasileiro se preparou melhor para esse combate e viu onde errou no anterior, o campeão tinha uma outra cartada na manga para atacar seu rival. Encurtou como quis, usou jabs para isso – uma das armas do próprio Cigano – encurralou Cigano na grade, não deixou ele escapar de seu raio de ação.
Atenção internauta afobado: Vou fazer um outro post falando onde Junior errou, para esse não ficar muito grande. Também preciso dormir antes disso.
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