Vou começar esse texto com o fim da entrevista. Em um bom português, o campeão dos meio-médios do UFC Georges St-Pierre encerrou o papo com um "muito obrigado". Admito que não estava esperando e, depois de uma breve risada, respondi com um "de nada", meio sem graça. Mas isso mostra bem o estilo bom-moço-sempre-político-e-educado do canadense.

Um dos maiores campeões da história do evento, GSP será o astro do UFC 167 no dia 16 de novembro, em Las Vegas, evento especial que marca os 20 anos da franquia, defendendo seu cinturão contra Johny Hendricks. Isso mostra bem o peso do lutador para Dana White e seus pares, já que ele também protagonizou outro card histórico, o UFC 100, em 2010.

"É uma honra muito grande para mim e tenho certeza que para o Hendricks também. Estamos muito preparados e vamos dar um show", minimizou.

Em uma breve conversa por telefone, o St-Pierre ainda falou sobre o fato de lutar fora do Canadá depois de quase três anos e quatro lutas. Para ele, agora ele terá menos pressão por não ter tanta torcida a favor. "Na verdade, a pressão é maior quando luto em casa, não poder decepcionar aquele monte de gente que está me apoiando."

GSP também disse que tinha certeza da vitória de seu amigo Chris Weidman sobre Anderson Silva na disputa do cinturão dos médios. Confira os melhores momentos dessa entrevista.

Como é para você estar em um card tão importante quanto esse? É uma honra muito grande para mim e tenho certeza que para o Hendricks também. Estamos muito preparados e vamos dar um show. Dessa vez não vai ter espaço para nenhum tipo de crítica.

Mas qual evento foi maior ou melhor: UFC 20 anos ou UFC 100? É difícil falar qual foi maior ou melhor. Lá eu também fiz uma grande luta, o público estava incrível e acho que também será assim dessa vez. Os dois cards são incríveis e sei que estarão sempre na história do UFC.

Você sente alguma pressão a mais por ter sido praticamente o único personagem do evento a ser utilizado para propagandas desse card? Pressão eu tenho sempre, não apenas por estar na luta principal. Sei que meu rosto está em todos os lugares, gravei muitas propagandas, apareço bastante na TV, mas acho que é assim mesmo. Não acredito que esteja aparecendo mais que das outras vezes.

Será muito diferente para você lutar fora do Canadá depois de tanto tempo? Claro que o clima antes de entrar no octógono é incrível quando luto no Canadá, o barulho, os gritos, os aplausos, o pessoal gritando meu nome. Mas quando fecha a porta da jaula, sou apenas eu, meu rival e o árbitro. Os torcedores não entram lá dentro. Não ouço nada quando a luta começa.

Mas qual é a principal diferença entre lutar no Canadá e nos EUA? Na verdade, a pressão é maior quando luto em casa, não poder decepcionar aquele monte de gente que está me apoiando. Mas tenho certeza que vai ter um monte de gente do meu lado em Las Vegas também.

De onde saíram os comentários do seu técnico Firah Zahabi sobre uma possível aposentadoria sua? O que te mantém motivado em continuar lutando? Nunca pensei em me aposentar e nem estou perto de pensar nisso. A motivação para continuar lutando são os fãs, é estar no maior evento de MMA do mundo, é vender pay-per-view para todo o mundo, é poder me testar contra os melhores, é praticar artes marciais, é ensinar e propagar as artes marciais. Posso ficar aqui o dia inteiro dando motivos para continuar lutando.

Você tirou alguma lição da derrota do Anderson Silva para o Chris Weidman? Não tinha nenhuma lição para tirar porque tinha certeza da vitória do Chris. Eu sempre falei que ele seria o cara a bater o Anderson. Não desmerecendo ele, mas é que conheço muito bem o Weidman, já treinamos muito juntos, ele é meu amigo e sabia da capacidade dele. Ele é um grande lutador. Não posso dizer o que vai acontecer na segunda luta, mas apostaria no Chris novamente.

Você ainda pensa em superlutas na sua carreira? Atualmente penso apenas no Hendricks, estou completamente focado nele. Mas tenho muitas possibilidades pela frente. Ainda tenho muitos rivais na minha categoria, caras fortes que preciso vencer. Mas também posso pensar nisso no futuro. Ainda vou lutar muito e essa é uma possibilidade.