Quem assistiu à luta entre Mark Hunt e Antonio Pezão na última madrugada de sexta para sábado viu, na Austrália, uma das batalhas mais impressionantes entre dois pesos pesados do UFC. Foram 25 minutos de entrega e muita porrada de ambos os lados. O empate, que no MMA normalmente é um anticlímax, foi muito bem aceito e comemorado pelos fãs.

Apesar dessa batalha que eles entraram de cabeça, a metade final do combate foi mais marcada pela resistência dos lutadores do que necessariamente pela técnica. Eles alternaram momento de cansaço e extenuação quase completa com outros em que usavam o resto final de suas forças em busca de um golpe derradeiro.

Mas então fui atrás dos números do combate para tentar ver se um dos dois merecia ter vencido o combate e aparentemente o juiz que deu a vitória de Mark Hunt – o outros dois assinalaram pelo empate – foi quem fez a melhor leitura.

Mesmo tendo sofrido um knock-down no primeiro round, o neozelandês conseguiu dominar a maior parte da movimentação nos quatro rounds finais. Ele acertou 35% mais golpes totais (184 x 137), mais golpes significativos (103 a 97), conseguiu duas quedas, contra nenhuma do brasileiro, e ainda ficou mais tempo dominando a luta de solo (6min05 x 3min09).

Pezão levou vantagem no que os números não mostram. O paraibano foi mais contundente em seus ataques e ficou mais perto de conseguir um nocaute. Hunt bateu bastante e cortou o rosto do rival no fim com cotoveladas, mas Antonio não balançou tanto ao receber os golpes.