Por Maurício Dehò

O lutador Thiago Silva se viu num cenário digno de filme policial no último mês de fevereiro, quando num acesso de fúria invadiu uma academia de arma em mãos após uma suposta traição da ex, Thaysa Kamiji, com um professor de jiu-jítsu brasileiro. O cenário na Flórida acabou com ele sendo detido em sua casa, por um time da SWAT. Hoje em liberdade para aguardar o julgamento, o meio-pesado que foi demitido pelo UFC tenta resgatar sua vida normal.

A Fox Sports dos EUA foi a Boca Raton, sede da academia Blackzilians. O time não abandonou o lutador depois do ocorrido e é por lá que ele tenta se reerguer, como professor, e mantendo seus treinos.

Thiago Silva tem dado aulas de kickboxing no Jaco Training Center, onde a Blackzilians recebe seus lutadores – estrelas como Vitor Belfort, Rashad Evans e Tyrone Spong. Na academia, um grande anúncio de suas aulas tenta chamar alunos.

Tudo normal. Ou quase. Em uma foto postada por Rashad Evans pouco depois de Thiago deixar a prisão, é possível ver a tornozeleira eletrônica que o brasileiro é obrigado a usar, que monitora e informa seus passos para a polícia.

A reportagem da Fox Sports ainda tentou falar com o brasileiro, que não quis dar declarações: "ainda não", limitou-se a dizer. Jorge Santiago, brasileiro que é um dos líderes da equipe, comentou: "ter ele por perto é ótimo. Ele traz energia, contagia".

Thiago Silva encara três acusações em separado: agressão grave, ameaça e resistência a prisão. Seu advogado não tem previsão de quando acontecerá o julgamento, mas diz que não quer conseguir o "menos pior", uma pena reduzida. Ele quer provar a total inocência do brasileiro.

Thiago permaneceu preso por cerca de um mês, sem poder sequer pagar fiança para responder em liberdade. Depois de solto, ele ainda pode acabar sendo mandado para o Brasil pela Justiça norte-americana de acordo com o que o julgamento definir.