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TUF, Cigano e hipismo: este é o Cara de Sapato

UOL Esporte

17/05/2014 12h00

Por Maurício Dehò

Para quem está acompanhando o TUF Brasil 3, já deve ter prestado uma atenção especial a Antonio Carlos Junior. Conhecido pelo curioso apelido Cara de Sapato – por causa do queixo avantajado -, o paraibano radicado em Salvador chegou ao programa com um histórico de respeito, por conta de sua carreira de destaque no jiu-jítsu, sua parceria com Júnior Cigano e seu cartel invicto quando passou para o MMA, com três finalizações no primeiro round.

Para entrar no reality, de fato, e na primeira luta desde que entrou na casa, Cara de Sapato foi além: nocauteou dois rivais, também no round de abertura, chegando à semifinal. Mas o peso pesado não é só resultado. O blog bateu um papo com ele e foi atrás de quem é, de fato Cara de Sapato. E, vejam só, ele já tentou a sorte até no hipismo. Confira o melhor da entrevista:

Natação, hipismo, jiu-jítsu: o começo de tudo

Cara de Sapato virou lutador. Mas podia ser qualquer outra coisa no mundo dos esportes. "Eu fiz de tudo: cuspe a distância, salto na moita…", ri ele. "Fiz futebol – no que sou um b…, tênis, vôlei, basquete, surfe faço até hoje, kitesurf, ping pong, hipismo…". Peraí, hipismo?

"Eu adoro cavalo. Minha irmã salta muito bem, inclusive. É um esporte muito caro, então não levei muito a sério. O que levei mais foi a natação, tinha tamanho bom para nadar. Para o hipismo eu era muito grande, coitado do cavalo (risos)."

Antonio era hiperativo e o esporte era a válvula de escape de toda a energia que ele tinha correndo em si. O encaixe perfeito vei oquando ele resolveu procurar algo mais agressivo. Aos 15 anos começou no jiu-jítsu e teve uma carreira de conquistas dentro e fora do tatame, apesar de a questão financeira nunca o deixar satisfeito. Cara de Sapato ainda iniciou os estudos em Educação Física, mas trancou a faculdade para treinar e lutar.

O empurrão de Cigano

Cara de Sapato e Cigano começaram juntos no jiu-jítsu e a parceria existe forte até hoje. Em certo momento, o paraibano já conseguia realizar seminários e dar aulas fora. Passou a morar em João Pessoa e ainda buscava o detalhe que o fizesse plenamente satisfeito – o que ele encontraria no MMA.

Campeão mundial na arte suave, ele viajou para a Austrália para dar aulas e por lá reencontrou Cigano, já um lutador do UFC. O catarinense jogou toda a sua lábia: "Eu era campeão mundial de jiu-jítsu e nem era tão conhecido. Fui para a Austrália dar seminários e o Cigano foi fazer a promoção de um evento lá. Ele botou a maior pilha, falou para eu ir para Salvador, que eu não ia me arrepender… Eu tinha a vontade de me testar no MMA e então fui direto para lá, comeceu e há um ano venho lutando", detalhou ele.

Amor e porrada com o ex-campeão

"Somos muito próximos, ele é um irmão para mim. Ajudou muito e o que eu puder fazer, vou estar à disposição para ele", diz Cara de Sapato, que se no começo dava trabalho para o catarinense no solo, depois levou o troco quando começou a aprender a fundo a parte de trocação. "Mas sabemos treinar um com o outro, não nos machucar. Fica tudo tranquilo."

"O Cigano é muito bom, talentoso, técnico, é mais pesado – quase 20 kg mais que eu… É bom porque sei que nunca vou encontrar nada pior do que tenho na academia", conta vantagem. "Aprendi muito com o Cigano, continuo aprendendo em nosso convívio diário. Ele passou por muitas dificuldades e chegou onde chegou. Agora, passou por derrotas e amadureceu com tudo isso. E no meio de tudo isso, nunca deixou de me ajudar."

O TUF

Semifinalista e garantido no evento de São Paulo – os quatro melhores de cada categoria lutam no dia 31 de maio, independentemente de quais deles são os finalistas -, Cara de Sapato comemora os nocautes conquistados no reality, que ajudaram a provar que seu jogo não tem só o jiu-jítsu refinado que todos já conheciam.

Depois da briga no TUF Brasil 3, para quem você vai torcer?

"Eu treino com os melhores do mundo, então estou confiante desde que estreei no MMA. Antes foram três finalizações no primeiro round. Na casa foi muito legal que foram dois nocautes, também no primeiro round. Treino com Cigano, especialista em boxe, então confio nas minhas mãos".

O paraibano destaca as experiências que viveu por lá como um aprendizado. Primeiro ao conviver com "16 cabeças diferentes na casa, cada uma em seu mundo". E também por ter conseguido cumprir o desafio de fazer 3 lutas em 40 dias, longe de sua academia e de seus mestres – e dividindo o teto com seus rivais.

Estreia sem Cigano

O único lamento de Cara de Sapato fica por conta da lesão de Júnior Cigano, que faria a luta principal do evento do dia 31, contra Stipe Miocic. A honra de dividir o card com o ex-campeão dos pesos pesados ficará para outra hora.

"Pena que não vai ter ele. Me deixou muito triste, queria muito lutar no mesmo evento que ele. Ia ser uma realização, mas sei que vamos ter outras oportunidades.'

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