Por que o UFC 175 vale mais que o cinturão dos médios para Lyoto Machida
Jorge Corrêa
04/07/2014 11h58
Sem ligar muito para o mais importante evento esportivo do mundo, o UFC manteve seu tradicional card do Dia da Independência dos Estados Unidos no meio da Copa do Mundo. Teremos neste sábado nada menos que a disputa de dois cinturões do evento, poucas horas depois de os semifinalistas do Mundial de futebol terem sido definidos.
Mas esse evento, mesmo eclipsado pela Copa, vale muito para o Brasil. E não apenas por Lyoto Machida estar disputando o cinturão dos médios contra Chris Weidman. Os olhos do grande público brasileiro para o UFC nos próximos meses dependem muito de uma vitória do baiano radicado em Belém. Seria um importante resgate depois das derrotas de Anderson Silva.
Quem vai vencer a disputa do cinturão dos médios no UFC 175?
Desde que conquistou o cinturão dos meio-pesados há cinco anos, Machida se tornou um importante nome do Brasil no Ultimate e angariou muitos fãs com seu estilo vindo do caratê – por mais que de tempos em tempos ele seja vítima de críticas por algumas lutas menos movimentadas e derrotas polêmicas em combates muito parelhos.
O Brasil passa por seu pior momento no UFC em quase 10 anos, sendo dono de apenas um cinturão depois da derrota de Renan Barão. E para piorar, o único campeão, José Aldo, lesionou o pescoço e o ombro e teve cancelada sua luta contra Chad Mendes, que estava marcada para o começo de agosto.
Essa escassez de títulos – já tivemos quatro ao mesmo tempo – e a falta de perspectiva de retorno de Aldo fazem com que uma vitória de Lyoto se torne essencial para o UFC manter o apelo com a torcida brasileira. Ainda não mudamos a máxima de que "brasileiro gosta de campeão, não de esporte." O MMA ainda precisa e depende desses grandes nomes em alta e dos títulos para se consolidar no Brasil.
Com o título que conquistou em 2009, Machida já mostrou que tem a técnica e o carisma para recolocar o Brasil em destaque no Ultimate enquanto outros importantes nomes tentam se recuperar – casos de Anderson Silva, Junior Cigano, Maurício Shogun – ou jovens conseguirem despontar, principalmente os campeões no TUF Brasil deste ano, Antonio Cara de Sapato e Warley Alves.
Correndo por fora temos Vitor Belfort, que supostamente tem garantida a próxima disputa de cinturão dos médios. Mas ainda precisando resolver suas pendências pelo flagrante em um antidoping surpresa, não dá para saber quando contaremos com ele novamente. Além disso, ele é um daqueles casos de amor e ódio extremos entre os torcedores.
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