Dedé abre o jogo sobre derrota de Barão
Jorge Corrêa
15/08/2014 08h02
Não dá para negar que foi absolutamente surpreendente a derrota de Renan Barão para TJ Dillashaw, quando ele perdeu o cinturão dos galos em maio passado. A surpresa não foi apenas pelo resultado, mas pela maneira com que o brasileiro foi dominado. Mas agora, ele terá a chance de retomar o título no UFC 177, em 30 de agosto.
Barão já falou que não estava 100% naquele combate, mas sem entrar em muitos detalhes. Então conversei com seu técnico e mentor Dedé Pederneiras sobre os motivos dessa atuação tão fraca. Ele não teve meias palavras: Renan não estava bem fisicamente, não estava completamente motivado e ainda subestimou o rival. Veja a conversa.
O que o Renan quis dizer quando falou que não estava 100% na primeira luta? O que aconteceu é que às vezes, quando você acaba de fazer uma luta, nem sempre consegue se recuperar rapidamente para iniciar um treinamento. Ele não conseguiu fazer isso no último camp. O tempo foi curto entre uma luta e outra, teve algumas pequenas lesões. Não que ele tenha deixado de treinar, mas não respondeu bem à recuperação, não conseguiu chegar na luta no ápice. Era uma questão física, não mental.
Quem vencerá a disputa do cinturão dos galos no UFC 177?
Mas então por que vocês aceitaram essa luta também em tão pouco tempo? Vimos que essa era nossa melhor oportunidade. O UFC está em tão alto nível que se deixamos passar uma chance de lutar pelo cinturão, ela pode nunca mais acontecer de novo. Vai que decidamos esperar, fazer outra luta. Vem um cara duro, tem a chance de perder e nunca mais vamos ver esse título. Optamos por aceitar essa luta agora por causa disso.
E dessa vez ele conseguiu fazer bem essa recuperação que você falou? Conseguiu, sim. Foi bem melhor dessa vez. Além disso, ele está com uma motivação muito maior. Esse é um lado que não podemos ignorar. Da outra vez parecia que ele não estava completamente ali, era para ser outro o rival, era para ser o Raphael [Assumpção]. Lá a motivação não estava tão grande. Agora está gigante e não podemos ignorar isso.
Então vocês subestimaram o TJ? Não podemos desmerecer o que aconteceu. TJ veio muito preparado, estudou muito o Barão, suas lutas, suas técnicas. Essa é a grande verdade. Além de o Renan não estar em seu melhor dia, ele estava muito bem. Mas agora temos a chance de reverter isso. Não podemos esquecer o que aconteceu, mas agora já é meio caminho andado aquela luta. Sabemos as qualidades do TJ.
E o que vai mudar para essa segunda luta? A ideia é vir com uma estratégia completamente nova. Vamos deixá-lo confuso logo no começo. É tudo que eu posso falar.
E o José Aldo, como está? Já começou a preparação para a luta contra o Chad Mendes no UFC Rio 5 (em outubro)? Ele está fazendo muita fisioterapia e preparação física. Ainda não está 100% recuperado, mas até o final de agosto estará. É quando vamos começar a preparação de verdade. O bom é que não vai ter o desgaste da viagem, mudar alimentação. Ele lutou 80% das vezes fora do Brasil, mas não podemos descartar essa pequena vantagem.
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