Anthony Pettis sempre foi apontado como – se não um dos melhores – um dos mais talentosos pesos leves do MMA em todos os tempos. Não é qualquer lutador que consegue os golpes que lhe deram apelido de "Showtime" ou que tem em casa dois cinturões mundiais.

Rafael dos Anjos sabia que para vencer o norte-americano e por consequência se tornar o primeiro brasileiro campeão da categoria, teria de ser perfeito ou chegar perto disso. E foi exatamente o que ele fez ao surrar Pettis neste sábado, no UFC 185, em Dallas.

O niteroiense impôs seu ritmo do primeiro ao último minutos de combate. Ela tinha consciência de que precisava pressionar o tempo todo para não dar espaço aos chutes do agora ex-campeão. Rafael andou para frente o tempo todo, deixou Anthony com as costas na grade e, principalmente, derrubou quando e como quis.

As sequências de jab, direto e chutes na linha de cintura estavam impecavelmente misturadas com a tática perfeita, um mix que tem o selo de qualidade do técnico Rafael Cordeiro, o responsável por lapidar e transformar o campeão em um lutador completo nos últimos anos.

Pettis sofreu muito com o ground and pound de Dos Anjos e quase foi finalizado em pelo menos duas oportunidades. Ao final de cada rounds, dava para ver o desânimo do norte-americano, claramente desesperado por não conseguir fazer nada. Se ele era o Showtime, Rafael apresentou o antidoto com outro show.

Encerro citando a amiga Fernanda Prates: "Apostei no Rafael simplesmente por ser incapaz de duvidar da sua evolução, da sua inteligência de luta e da sua habilidade de impor seu jogo sobre o oponente. (…) Ele pegou um cara perigoso, que seria capaz de aproveitar qualquer brecha, e o deixou passivo e apático. O cálculo era ainda mais delicado considerando que, ao mesmo tempo, apenas grudar e anular não adiantaria: contra o Pettis, tem que ter volume de jogo, tem que ser agressivo, tem que botar pressão."

Foi isso que ele fez.