Com a lesão de Rafael Assunção e a saída de sua luta com Urijah Faber, caiu no colo de Demian Maia a luta principal do UFC Rio deste sábado, contra enfrenta o invicto Ryan LaFlare. Mas até chegar a esse combate, o paulista enfrentou a luta mais dura de sua vida e não foi no octógono. Ele revelou que temeu pelo pior durante uma doença que o afastou do Ultimate por dez meses.

"Quando tive isso, foi parar no hospital três vezes porque o problema ficava voltando toda hora. Eu saia de lá e tentava me manter treinando, para não derrubar a luta, mas quando tive de me internar pela terceira vez, foi maluco", explicou o veterano.

Depois de vencer Alexander Yakovlev em São Paulo em maio passado, Demian tinha luta marcada para agosto, mas teve de sair do combate por conta de uma infecção estafilococos na clavícula direita, que acabou de tornando uma osteomielite, uma grave inflamação óssea que chega até a medula.

Com essas idas e vindas ao hospital, primeiramente Maia se preocupou com sua carreira. Mas depois, já temia por sua vida, já que a doença e a febre não passavam. "Quando você faz tudo que é preciso para se recuperar e não fica melhor, você começa a ficar assustado e começa a se perguntar se poderá lutar novamente."

"Naquele ponto, eu já não estava pensando na minha carreira, mas sim na minha vida. Pensava na minha família e nos meus filhos e o que aconteceria com eles. Não sabia como meu corpo reagiria, o que aconteceria com a infecção", completou.

"Por mais três meses eu fiquei tomando antibióticos e quase sem treinar, algo que não fazia desde criança. Fiquei apenas correndo e fazendo um pouco de musculação, mas não treinei nenhuma luta. O melhor dia foi quando me senti completamente recuperado, não tinha nenhuma febre nem nada. Então voltei aos poucos aos treinamentos até me sentir pronto para voltar a lutar novamente", seguiu.

Caso Anderson Silva

Demian Maia ainda não conseguiu se livrar de seu passado com Anderson Silva, que conta com provocação e uma luta polêmica. Com o doping do ex-campeão dos médios, tive de perguntar a opinião do veterano sobre o caso. "Não queria falar muito, porque tudo que falo dele, vira polêmica. Mas eu falo. Não vou jogar nenhuma pedra nele, mas ele precisa falar, precisa se defender. Vai ter que explicar o que aconteceu."

"Ele passou por um momento muito difícil com a fratura na perna e todo mundo erra nessa vida. Não sei o que aconteceu, mas pelo menos abriu os olhos do UFC para o problema do doping. Com essa nova política, quem sabia como burlar os exames vai pensar duas vezes antes de usar substâncias proibidas. Vai diminuir drasticamente o número de pessoas que se arriscavam no doping. Primeiro vão pegar muita gente, mas depois vai diminuir."