É difícil de encontrar um lutador que ainda esteja lutando em alto nível no UFC tendo feito sua estreia no octógono dez anos atrás. Mas é com toda essa experiência e tendo participado do evento mais histórico da franquia que Thiago Alves, o Pitbull, volta a lutar no Brasil neste sábado, contra Carlos Condit, no combate principal do UFC Goiânia.

O caminho do cearense de apenas 31 anos é um dos mais interessantes dentro do UFC. Difícil encontrar algo que ele não tenha passado – principalmente dificuldades. Nesse momento, falta-lhe apenas o cinturão dos meio-médios, algo que já teve a oportunidade de disputar.

"Para chegar aqui onde estou, passei por muita dificuldade. Fui para os EUA com 19 anos, não falava inglês, não tinha dinheiro. Foi bem difícil para eu estava determinado a ser um dos maiores lutadores do mundo", resumiu o lutador.

Depois de um começo de carreira em eventos pequenos no Nordeste, foi muito novo para os Estados Unidos. Brilhou em cards norte-americanos antes de fazer sua estreia no Ultimate. No maior evento de MMA do mundo. Até teve um começo complicado, com duas derrotas em suas primeiras quatro lutas. Foi quando chegou sua grande fase.

Foram sete vitórias consecutivas, incluindo um nocaute sobre o ex-campeão Matt Hughes, que o colocaram na disputa pelo título da categoria contra o canadense Georges St-Pierre. Isso no histórico UFC 100, evento que até hoje detém o recorde de vendas de pay-per-view da franquia com 1.6 milhão de pacotes comercializados.

Mas a derrota para o canadense, sendo dominado por cinco round, também escancarou a fase que enfrentaria – e seu maior vilão no UFC até então: a balança. Além de não conseguir bater o peso uma série de vezes, ainda foi flagrado em antidoping com diurético, além das vezes que teve atuações fracas por conta do duro corte de peso.

Essa sua batalha com o limite de 77kg da categoria fez com que ele tivesse uma série de quatro derrotas em seis lutas entre 2009 e 2012. O status de estrela se transformou em uma provável demissão. Mas então ele encontrou sua segunda grande luta: as lesões.

Foram dois anos de lutas sendo marcas e canceladas por conta de lesões, da mais extensa gama de gravidade até que conseguisse voltar ao UFC em abril de 2014, já que com seu problema de peso resolvido. Ele passou a trabalhar com o preparado Mike Dolce, ex-lutador famoso por criar uma dieta que colocou uma série de atletas do Ultimate na linha.

A grande incógnita que virou esse retorno logo teve resposta: uma grande atuação por três rounds contra Seth Baczynski e a vitória por pontos. Em janeiro deste ano, um bom nocaute com um chute no corpo de sobre o duro Jordan Mein. Agora, contra Carlos Condit, ele tenta rever uma série invicta que não encontra desde 2008. Talento ele já mostrou que tem. Agora é provar que seu corpo está completamente recuperado para isso.

"A luta contra Carlos Condit vai ser muito boa porque ele é um cara que aguenta muita porrada, mas quero ver se vai aguentar quando eu tiver batendo nele. A envergadura dele não será um problema, estou acostumado a lutar com caras mais altos que eu. Se você sabe encurtar, será difícil de ele saber segurar essa pressão", disse o brasileiro.

Serviço – O UFC Goiânia começa às 20h (de Brasília) e terá transmissão completa apenas pelo canal em pay-per-view Combate. O card principal está marcado para às 23h. Você também pode acompanhar todos os lances pelo Placar UOL Esporte.

CARD PRINCIPAL
Meio-médio: Carlos Condit x Thiago "Pitbull" Alves
Pena: Charles do Bronx x Nik Lentz
Meio-médio: KJ Noons x Alex Cowboy
Meio-pesado: Francimar Bodão x Ryan Jimmo
Meio-médio: Wendell Negão x Darren Till
Leve: Francisco Massaranduba x Norman Parke

CARD PRELIMINAR
Pena: Rony Jason x Damon Jackson
Mosca: Jussier Formiga x Wilson Reis
Meio-médio: Elizeu Capoeira x Nicolas Dalby
Mirsad Bektic x Lucas Mineiro
Palha: Juliana Lima x Ericka Almeida
Meio-médio: Luiz Besouro x Tom Breese