Vitor Belfort e Dan Henderson fazem sua terceira luta neste sábado, dois anos depois do combate em Goiânia em que um Vitor com TRT bateu um Henderson também com TRT por nocaute, com um chute alto. Apesar da ausência do tratamento de testosterona e do fato de agora eles se enfrentarem no peso médio (84 kg), e não no meio-pesado (93 kg), os momentos são semelhantes, e as chaves da vitória, também.

Nestes dois anos, Vitor mais esperou que lutou. Acabou perdendo para Chris Weidman, em luta valendo o cinturão dos médios, apesar de ter ficado próximo de um nocaute sobre o norte-americano. Hendo seguiu com seu sobe e desce, e vem de vitória sobre Tom Boetsch, por nocaute.

Então, o que cada um tem de fazer, para garantir que suas carreiras – Vitor está com 38 anos e Henderson 45(!) – não voltem a ser colocadas em xeque? Vejamos as características e vantagens de cada um:

Trocação

Vitor Belfort é mais rico em seu jogo em pé. Com um boxe afiado e um repertório de chutes certeiros, como se viu na trinca de lutas contra Bisping, Rockhold e Henderson, ainda é um cara a se temer, a ponto de ter colocado Weidman em risco.

Não se engane, Henderson também é um perigo em pé. Mas é mais unidimensional. Precisa daquela mãozada de direita entrando em cheio para vencer. Mas, se ela entrar… Foi com suas bombas que derrubou, em suas últimas vitórias, Shogun e Boetsch.

O problema, aqui, é o queixo. Quem tiver o queixo mais duro, terá mais chances de seguir vivo. Henderson já foi conhecido por sua durabilidade, mas há algum tempo não é o mesmo. Foi nocauteado em 1 minuto por Gegard Mousasi em janeiro. Vitor também não costuma durar muito se estiver em desvantagem.

Wrestling e chão

Atleta olímpico no wrestling, Dan Henderson leva a melhor neste quesito, com mais chances de derrubar Vitor Belfort e tentar aplicar o ground and pound. Mas, Henderson não é um finalizador. Longe disso, sua última vitória com uma finalização, de fato, foi em sua segunda luta, em 1997.

Já Belfort é um faixa-preta de jiu-jítsu que COSTUMA ser muito perigoso no chão. Costuma? Sim, já que contra Weidman houve um "apagão" do brasileiro quando foi quedado e ele nada conseguiu fazer para evitar a derrota. Mas Vitor já mostrou contra gente como Jon Jones que é ligeiro e que, tão explosivo quanto em pé, pode também ser ágil e certeiro no chão.

Um fator determinante: gás

Todos que lutam com Belfort pregam um mantra: "ele vai cansar, ele vai cansar". O fôlego do brasileiro sempre é questionado, com a suposição de que ele é explosivo no começo da luta, mas não consegue manter o ritmo e, quando cai de produção, não se acha mais.

É nisso que Henderson aposta. "Quando ele se cansa, ele se quebra mentalmente. Sei que estou pronto para lutar cinco rounds. E, quanto mais a luta se alongar, mais vou fazer para garantir que ele se canse", analisou o ex-campeão do Pride e do Strikeforce. Este é o teste definitivo para observarmos quem é Vitor sem o TRT.

Dito isso, qual a sua aposta pra luta dessa noite? Deixe nos comentários!

Card principal (1h)
Médio: Vitor Belfort x Dan Henderson
Meio-pesado: Glover Teixeira x Patrick Cummins
Galo: Thomas Almeida x Anthony Birchak
Leve: Alex Cowboy x Piotr Hallmann
Leve: Gilbert Durinho x Rashid Magomedov
Meio-pesado: Fábio Maldonado x Corey Anderson

Card preliminar (21h30)
Leve: Gleison Tibau x Abel Trujillo
Leve: Yan Cabral x Johnny Case
Pena: Clay Guida x Thiago Tavares
Pena: Kevin Souza x Chas Skelly
Meio-médio: Viscardi Andrade x Gasan Umalatov
Galo: Pedro Munhoz x Jimmie Rivera
Galo: Bruno Korea x Matheus Nicolau