Uma das atrações do UFC 193, neste sábado, na Austrália, é uma revanche de um dos épicos do MMA. O brasileiro Antonio Silva encara Mark Hunt, depois de eles terem empatado em uma luta sangrenta em 2013. As novidades são o paraibano tentando provar que não precisa do TRT (tratamento de reposição de testosterona), depois de ser pego no antidoping naquele combate, e Mark Hunt, de 41 anos, chegando bem mais magro que o de costume.

Apesar do lutão que fez com Hunt, Pezão se viu numa grande polêmica após a luta. Apesar da permissão para o uso do TRT, seu nível de testosterona bateu acima do normal. Depois deste caso, o peso pesado viveu péssima fase. Perdeu para Andrei Arlovski e Frank Mir, mas se recuperou no UFC 190, quando nocauteou Soa Palelei.

"Depois daquela nossa primeira luta, sempre quis lutar de novo com ele. Respeito muito o Mark, ele é uma lenda. Posso fazer uma luta melhor, apresentar uma condição melhor do que da última luta, que eu cai de produção no último round. Estou com a cabeça bem melhor", disse Pezão.

"Estou feliz de voltar a lutar com ele depois daquele caso do TRT. Me testaram três vezes de surpresa. E uma quarta aqui na Austrália. Da última vez, eu tinha prescrição pro TRT, o doutor me deu um médico, usei o que ele falou, mas o nível subiu muito. Agora vou provar que não preciso de nada para fazer uma grande luta", acrescentou.

Pezão diz que assistiu centenas de vezes o combate com Hunt e que aprendeu muito com aquele empate. A aposta da vez é em uma preparação que foi feita para lhe dar mais potência e velocidade.

"Nunca sabemos o que vai acontecer lá, mas estou pronto para tudo. Se puder vencer em um minuto, vou fazer. Mas acho que vou lutar mais que isso, ele é muito bom", afirmou o paraibano, que analisou seu momento. "Eu estava com muita pressão antes do UFC 190, tinha perdido duas lutas, mas eu fiz um trabalho diferente, usei meu preparador físico, trabalhei a mente, o corpo… Precisava daquela vitória, mas não podia entrar com pressão, tinha que fazer o que amo, de forma inteligente. E deu certo. Agora, quero repetir."

11º do ranking, Pezão busca sua segunda vitória seguida e tem em Hunt um rival em baixa, após duas derrotas. O neozelandês é oitavo do ranking.

Para Hunt, a preparação para essa luta foi a chance de se reinventar. Já veterano, mudou os hábitos alimentares. Ele escondeu o quanto perdeu de peso, mas revelou que não precisaria mais cortar quilos extrar para bater o limite de 120 kg dada à categoria dos pesados.

"Foi um bom camp, tenho trabalhado duro, com uma boa nutrição e trabalho pesado". Questionado sobre por que decidiu, enfim, perder a barriguinha, foi honesto. "Eu ter a bunda surrada na última luta me fez trabalhar mais duro. Para a pesagem eu tinha que perder dez, onze quilos, então eu não queria mais fazer isso. Ainda quero ser relevante e pertencer o top 10, então tinha que melhorar meu físico."

Hunt tem três lutas no contrato com o UFC e, mesmo aos 41 anos, ainda não fala em aposentadoria. Sobre o doping de Pezão na luta anterior, dá de ombros. "Não tenho preocupações. O que ele faz é problema dele. Se está trapaceando, problema dele. Será uma grande luta, treinei com ótimos caras, agora estou podendo comer em vez de cortar peso, então estou feliz de estar aqui."

UFC 193 – 14/11 – Melbourne (AUS)
14 de novembro, em Melbourne (AUS)

Card principal (1h de sábado para domingo, no horário de Brasília)
Galo: Ronda Rousey x Holly Holm, pelo cinturão
Palha: Joanna Jedrzejczyk x Valerie Letourneau, pelo cinturão
Pesado: Mark Hunt x Antônio Pezão
Médio: Uriah Hall x Robert Whittaker
Pesado: Stefan Struve x Jared Rosholt

Card preliminar (21h)
Leve: Jake Matthews x Akbarh Arreola
Meio-médio: Kyle Noke x Peter Sobotta
Meio-pesado: Anthony Perosh x Gian Villante
Mosca: Richie Vaculik x Danny Martinez
Meio-médio: Brendan O'Reilly x James Moontasri
Médio: Daniel Kelly x Steve Montgomery
Meio-médio: Richard Walsh x Steven Kennedy
Mosca: Ben Nguyen x Ryan Benoit