Passado o choque (situação comum para o ano de 2015), é preciso olhar com frieza para a surpreendente vitória de Conor McGregor sobre José Aldo no UFC 194, resultado que unificou para o irlandês o cinturão dos penas. Não que fosse impossível uma vitória do novo campeão, mas a maneira como ela aconteceu era impossível de se prever.

Ela aconteceu por dois motivos claros. O primeiro foi um erro crasso na estratégia de Aldo, uma situação que ele não costumava fazer em suas lutas no Ultimate. Normalmente, o brasileiro não parte para cima. Na verdade, ele nunca fez isso com rival algum.

José sempre começava estudando o jogo do adversário, medindo a distância, usando chutes para se aproximar, buscando o momento certo de atacar. Dessa vez, ele atacou McGregor de maneira muito imprudente, muito aberta, como se quisesse resolver tudo rapidamente.

Mas quem acertou foi o outro lado.

"Um golpe desse não tem o que você fazer, ninguém espera, não dá nem para falar o que aconteceria. Acabou a luta, acabou a luta. Não tem 'e se'. Infelizmente entrou o golpe, foi no nosso, poderia ter sido no dele. O do Aldo pegou na cabeça e o dele no queixo", disse Dedé Pederneira, técnico de Aldo, ao canal Combate.

Conor conseguiu colocar em prática uma de suas frases mais clássicas. Ele provou, em apenas 13 segundos, que "precisão supera força e tempo supera velocidade". O irlandês precisou de apenas um golpe certeiro, exatamente como ele falava nos últimos tempos. Mas provavelmente nem ele contava que seria tão rápido.

"Ele jogou um direto e o Conor andou para trás, e quando ele andou para trás, já pegou cruzando. Ele acabou baixando a guarda porque ele quis caminhar para tirar a distância e a mão entrou. Não teve jeito. Se tivesse pego na cabeça, na orelha, não teria acontecido. Na ponta do queixo não tem o que fazer", completou Pederneiras.