Mesmo derrotado, Anderson Silva sai vencedor do UFC 200
Jorge Corrêa
10/07/2016 01h10
Completar cinco lutas consecutivas sem vencer e não encontrar a coluna da vitória há três anos está longe de ser o ideal para um lutador que já foi apontado como o maior de todos os tempos. Mas não foi por qualquer coisa que Anderson Silva saiu comemorando – e muito – da luta em que acabou derrotado por pontos por Daniel Cormier no UFC 200.
O brasileiro foi dominado na maior parte do tempo, principalmente no chão, com o wrestling de nível olímpico. Mas vamos aos pontos: ele sobreviveu aos três rounds contra o campeão de uma categoria acima da dele, um cara mais forte (já lutou muito tempo de peso pesado), sem treinar praticamente nada há mais de mês e em uma luta que aceitou com apenas dois dias de antecedência e depois de passar por uma cirurgia na vesícula.
Não ter sido nocauteado ou 100% massacrado por Cormier nessa situação, substituindo Jon Jones, pode ser considerado uma enorme vitória moral para o ex-campeão dos médios. Tanto que ao final do combate, a torcida vaiou o norte-americano e aplaudiu muito o Spider.
Quando conseguiu manter a luta em pé, Anderson ainda deu boas amostras de sua antiga forma técnica. Se apresentou bem na trocação, acertou boas sequências em Daniel e no final do combate, ainda acertou um chute na altura do fígado do rival que balançou o campeão dos meio-pesados.
Talvez o saldo mais positivo seja que Silva mostrou estar com o queixo recuperado. Em sua luta anterior, ele sofreu pelo menos dois knockdowns contra Michael Bisping, que é famoso por não ter as mãos mais pesadas da categoria. Contra Cormier, Anderson levou duros golpes, em pé e no chão, e nem mesmo balançou.
No final, ficou parecendo que se ele tivesse treinado, feito um camp decente – ou qualquer camp, já que ele não fez nenhum – poderia ter alguma chance contra o norte-americano. Agora, ele precisa é voltar para sua categoria e se reencontrar com as vitórias.
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