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Conor McGregor aproxima o UFC perigosamente do telecatch

Jorge Corrêa

11/11/2016 06h01

Qualquer semelhança não é mera coincidência

Todo mundo já sabe que qualquer evento do UFC que conte com Conor McGregor terá algum tipo de show – seja de luta, seja de circo. E foi a segunda opção que vimos na última quinta-feira, durante a coletiva de imprensa antes a aguardada estreia do evento em Nova York.

Só para resumir: o cara chegou atrasado para o evento, quando chegou, pegou o cinturão de seu adversário Eddie Alvarez – que tinha saído da mesa p… da vida com o atraso do irlandês – gritou no microfone que estava "pouco se fod…" e, no ápice de seu freak-show, ameaçou jogar uma cadeira no adversário.

(Não vou nem entrar no mérito do brega e antiecológico casaco de pele de mink que Conor usou no evento.)

Claro que toda essa cena vai ajudar muito ao UFC a vender pacotes de pay-per-view ao redor de todo o mundo, vai atrair ainda mais atenção de novos e antigos fãs de MMA, mas agora começamos a questionar: a que custo?

Todo mundo já sabe o potencial de McGregor como lutador, o quando seu estilo é atraente, sempre andando para frente e buscando o nocaute. Ter também uma disputa de cinturão em que o irlandês pode unificar os títulos de duas categorias é chamariz suficiente para uma superluta como essa contra Alvarez.

Será que é realmente necessário um circo deste tamanho? Será que ele precisa desrespeitar seus colegas lutadores do UFC que chegaram na hora e estavam cumprindo todas as suas obrigações com correção? Até quando os outros atletas vão suportar o irlandês mandando e desmandando e fazendo o que quer?

Conor faz o UFC se aproximar perigosamente do telecatch – sabe aquelas lutas ensaiadas? Então… Não, não acredito que em algum momento as lutas do UFC serão armadas ou qualquer coisa do gênero, mas as cenas criadas por Conor estão ficando cada vez mais forçadas e repetitivas. Já vejo fãs do MMA irritados ou desconfiados com essa situação (inclusive este blogueiro que vos fala).

O MMA sozinho tem atrativos o suficiente, as lutas são interessantes por si só. A possibilidade de um nocaute ou uma finalização a qualquer momento, um resultado inesperado que pode sair com um golpe surpreendente… Provavelmente esse esporte não precisa de cadeiras ou garrafas voando de um lado para o outro em algum salão.

(Aos fãs do WWE, telecatch ou luta livre que vão me xingar – como sempre – nas redes sociais, um alerta: não estou fazendo nenhuma crítica pessoal ao evento que vocês veneram. Só acho que não é um modelo que precisa ser copiado pelo UFC.)

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