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UFC comete injustiça histórica ao deixar Cyborg fora de disputa de cinturão

Jorge Corrêa

14/12/2016 12h42

Uma semana depois de Dana White revelar que Cris Cyborg recusou três ofertas para disputar o inédito cinturão peso pena feminino do UFC, o evento anunciou na noite na última terça-feira que quem fará essa luta serão a norte-americana Holly Holm e a holandesa Germaine de Randamie.

A explicação dada por Dana White para deixar a brasileira para trás nessa luta é que lhe foi dada a chance e o evento precisa seguir em frente. "Estamos no negócio da luta. Ela disse que não poderia bater o peso em oito semanas, depois negou de novo e novo. Tinha duas garotas que poderiam fazer essa luta, então seguimos em frente. Imagina um jogador do Patriots (time da NFL), falando que não pode jogar neste fim de semana?"

Cris explicou na época que ainda estava muito abalada, física e psicologicamente, pelo corte de peso de suas três últimas lutas. Disse que quase morreu para chegar às 140 libras nos dois combates que fez no UFC este ano. "Ontem eles falaram que não tinham meninas para montar essa categoria e agora se apressam para fazer uma disputa de cinturão. Disse que poderia lutar em março, mas acho que ficaram bravos por eu ter recusado as lutas", desabafou.

Não esperar Cris Cyborg ter condições de aceitar a luta é uma enorme injustiça que o UFC está cometendo contra a brasileira e soa, sim, como birra ou represália por ela não ter aceitado as ofertas iniciais.

A curitibana é detentora do cinturão da categoria peso pena feminina em todos os eventos que disputou em sua vida (como Strikeforce e Invicta FC, por exemplo). Ela é uma desbravadora do MMA feminino e já fazia – em o destaque devido – o que Ronda Rousey fez anos depois.

Cyborg estava há meses, na verdade anos, pedindo para o UFC criasse sua categoria e que ela pudesse parar de sofrer com o corte de peso. Ela sempre disse que seria justo com muitas atletas que sofrem para bater o peso galo e que poderiam povoar o peso de cima. E agora ela acabou preterida.

Apenas em termos de comparação, está invicta há mais de dez anos, venceu 15 de suas 19 lutas por nocaute, sendo dez vezes no primeiro round. Já Holly Holm vem de duas derrotas consecutivas (para Miesha Tate e Valentina Shevchenko) e Germaine de Randamie tem apenas nove lutas profissionais de MMA, aos 32 anos.

Ninguém iria morrer de esperar um mês ou dois para colocar Cris Cyborg nessa merecida disputa de cinturão. Mas os fãs de MMA não precisam se preocupar. Ela avisou que não vai abandonar o UFC por conta disso e para esse título estar em suas mãos é questão de tempo.

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