Topo

UFC mostra caminho para esporte seguro, mas MMA nacional tem muito a fazer

Jorge Corrêa

31/01/2017 10h54

No últimos dias, o UOL Esporte publicou um dos melhores materiais sobre o MMA no jornalismo nacional. O projeto, capitaneado pelos repórteres Adriano Wilkson e Aiuri Rebello, colocou luz nos dramas encontrados por aspirantes às glórias que o "esporte que mais cresce no mundo" pode proporcionar, começando suas carreiras em eventos obscuros pelo Brasil.

A principal lição que fica dessa grande série jornalística, que demorou meses para ser apurada e editada, é que mesmo o MMA tendo se tornado o segundo esporte em interesse do público no Brasil nos últimos anos, a modalidade ainda sofre com a falta de regulamentação oficial. É inacreditável que uma modalidade que foi abraçada até mesmo pela TV Globo ainda não tenha uma lei para que o esporte seja organizado.

Não dá para negar que existem muitos riscos inerentes às artes marciais mistas. É um esporte de contato, mas pela falta de regulamentação, os atletas não são obrigados a passar por testes e exames que outras modalidades exigem. Por exemplo: nenhum jogador de futebol pode começar uma temporada sem passar por testes completos. Isso já salvou uma série de atletas que tiveram, por exemplo, problemas cardíacos detectados.

E o trabalho para essa regulamentação não seria nem complicado, afinal, a maneira correta de se fazer já está sendo executada por aqui pelo UFC. Mesmo sem uma lei, o maior evento de MMA do mundo trouxe para cá os mesmos padrões que são praticados nos Estados Unidos há quase 20 anos, quando as regras e regulamentações da modalidade foram definidas.

O evento já apoiou a criação da Comissão Atlética Brasileira de MMA, que tem os mesmos padrões das entidades norte-americanas e que chancela os cards do Ulimate por aqui. Outras franquias nacionais, como o Shooto Brasil, de Dedé Pederneiras, também contam com o carimbo da comissão.

O grande problema, para que outros eventos tenham a chancela da CABMMA ou exijam exames e testes nos padrões da comissão, é financeiro. É muito caro bancar as exigências da entidade ou até mesmo pedir exames externos. Se o MMA tivesse sua lei, ele poderia usufruir de ajudas e apoios governamentais, barateando esses custos.

Resumindo: O MMA não pode mais ser escanteado pelas autoridades brasileiras. Pessoas, como o deputado federal José Mentor (PT-SP), precisam entender que a presença da modalidade no dia a dia do país é irreversível. As comissões do congresso precisam andar. A cada mês que as artes marciais mistas ficam nas sombras da lei, mais atletas vão sofrer com os problemas apresentados por nossas reportagens.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

UFC mostra caminho para esporte seguro, mas MMA nacional tem muito a fazer - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
Contato: nagradedomma@gmail.com

Mais Posts