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Werdum foi só mais uma vítima da nova geração que pede passagem no UFC

UOL Esporte

19/03/2018 04h00

Erica Dezonne/Ag. Fight

Por Rodrigo Garcia

"Você sente alguma incerteza ao pensar em lutar contra alguém que admirava na juventude e é um dos lutadores que você avalia como um dos melhores do mundo. Mas aí você percebe que essa é a 'virada de chave' da sua carreira, que te colocará em outro nível, mas você sempre se sente desconfortável. Não me sentia muito confiante antes da luta, mas agora me sinto como um vencedor."

A declaração acima foi uma das respostas dadas por Alexander Volkov após sentar-se na coletiva de imprensa do UFC apenas alguns instantes depois de conquistar a maior vitória de sua carreira. Diante do ex-campeão dos pesados do UFC, Fabrício Werdum, o russo mostrou na prática o que Cazuza descreveu em sua música anos atrás: o tempo não para.

Aos 29 anos, Volkov emplaca sua quarta vitória na organização e freia os planos do lutador brasileiro, de 40 anos, de seguir sonhando com a cinta dourada que um dia lhe pertenceu. Mas engana-se quem pensa que a luta foi fácil.

"Eu não estava muito feliz com a luta, com o rumo que ela seguia. Tive que usar meu plano C, não foi nem o B, nem o A, então eu precisei do meu pior plano. Fabrício estava preparado muito bem para essa luta. Ele dificultou bastante para mim."

E, de fato, as palavras do russo são verdadeiras: Werdum teve sucesso em suas seguidas tentativas de levar o rival ao solo, mas não conseguiu impor sua superioridade no jiu-jitsu, já que encontrou Volkov extremamente ligado nas defesas de finalização. Contudo, o gás do gaúcho começou a pesar já no terceiro round, enquanto o russo parecia administrar bem a situação.

Partindo para o tudo ou nada, Werdum acabou exposto ao jogo de trocação de Volkov e o desfecho não foi nada positivo para "Vai, Cavalo", que acabou sofrendo nocaute técnico no quarto round.

Analisando os últimos eventos do UFC, vemos que Werdum não foi o único a ter problemas com a leva de atletas mais novos que estão pedindo passagem na organização. No início deste mês, o ex-campeão dos leves, Frankie Edgar, foi outro veterano que sofreu nas mãos de um dos novos talentos.

Aos 36 anos, Edgar se encaminhava para a oitava disputa de cinturão de sua carreira quando viu Max Holloway sofrer uma lesão e dar lugar ao promissor Brian Ortega, de 27 anos. Com 14 vitórias e nenhuma derrota, o especialista em jiu-jitsu surpreendeu a todos ao impor o primeiro nocaute da carreira de Edgar ainda no primeiro round do duelo. Lutadores diferentes, mesmo roteiro: um jovem colocando fim ao sonho de um veterano de conquistar o cinturão.

Quer mais um exemplo? Então vamos lá: ainda em 2017, no UFC China, mais um choque entre veteranos e jovens terminou com vantagem do mais novo. Michael Bisping, de 39 anos, sonhava com uma vitória para afastar a dolorida derrota para Georges St-Pierre, que lhe custou o cinturão dos médios.

Em sua mente, uma vitória sobre Kelvin Gastelum, de 26, poderia recoloca-lo na trilha do título. O que ele não esperava era um golpe certeiro que o nocautearia aos dois minutos e 30 do primeiro round, colocando assim fim ao seu sonho e lhe trazendo de volta a uma dura realidade que chega a qualquer veterano: é mais fácil "pendurar as luvas" do que tentar uma nova caminhada rumo ao cinturão, especialmente quando existem tantos jovens sedentos por um lugar ao sol.

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