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A lição que o nocaute de Pacquiao dá ao UFC: Façam superlutas enquanto elas têm sentido

Jorge Corrêa

10/12/2012 12h26


O UFC on Fox 5, no último sábado, foi um dos melhores cards do evento no ano, com grandes lutas como a vitória de Rory MacDonald sobre a lenda BJ Penn, a defesa de cinturão dos leves de Benson Henderson contra Nate Diaz, além dos nocautes de Matt Brown e Daron Cruickshank. Mas a grande luta do fim de semana não foi de MMA. Esse belo evento do UFC foi eclipsado pelo nocaute sofrido pelo boxeador Manny Pacquiao contra Juan Manuel Marquez.

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Durante um dia inteiro, todos os fãs de lutas, sejam do pugilato sejam das artes marciais mistas, falaram sobre o golpe certeiro de Marquez que, no último segundo do sexto round, fez Pacquiao – considerado um dos melhores boxeadores de todos os tempos – cair desacordado com o rosto no chão e por lá ficar por longos minutos. A cena impressionou o mundo, tanto pela força do golpe, quanto pelo fato de isso ter acontecido com o filipino.

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Mas além de ter sobrepujado toda a atenção que iria para o UFC, esse nocaute de Pacquiao dá uma grande lição para o próprio Ultimate: que eles façam suas superlutas enquanto elas têm sentido. Isso porque, com a derrota de Pac-Man, ele dificilmente enfrentará o norte-americano Floyd Mayweather naquele que era apontado como maior combate de boxe desse século.

Durante muitos anos essa luta foi negociada ou especulada. Algumas vezes esteve próxima de ser anunciada. Uma hora um batia o pé por conta do exame antidoping, depois outro reclamava da bolsa. No final, ela nunca saiu do papel e agora dificilmente sairá. Aos 33 anos, o filipino já está em reta final de carreira e terá de se recuperar, física e moralmente, desse nocaute. Não há tempo hábil para isso e depois retomar as negociações com Mayweather. Floyd nunca terá sua bolsa de US$ 100 milhões.

Isso acontece exatamente na época em que mais se fala sobre as superlutas do UFC, onde o principal assunto é o encontro do campeão dos médios Anderson Silva com o campeão dos meio-médios Georges St-Pierre ou com o campeão dos meio-pesados Jon Jones. São as lutas que todos querem ver, da mesma maneira que queriam ver Pacquiao x Mayweather.

Assim como aconteceu no boxe, essas aguardadas lutas entre donos de título do UFC começam a atravancar nas negociações. Um quer algo, outro cobra mudança de peso, o seguinte fala em muito dinheiro. Mas os donos do UFC já perceberam que não podem perder o rumo da história, eles têm a noção que vão precisar entrar pesado na negociação.

Veja o tuite do dono do UFC Lorenzo Fertita logo após o nocaute de Pacquiao. "Perdemos Manny x Floyd para sempre #GSPxAnderson #AndersonxJones #Superlutas"

Para esses combates acontecerem no UFC, é preciso que os participantes delas estejam em alta, senão uma superluta não faz sentido. Cada vez que você coloca Anderson, GSP ou Jones para lutar sem ser entre eles, você corre o risco de que eles percam. Com derrota, não tem superluta.

Em tempo – O boxe não morreu (ainda). Todas as atenções do mundo das lutas estavam voltadas para esse combate entre Pacquiao e Marquez, ela foi repercutida no mundo inteiro e até os fãs mais fervorosos de MMA se curvaram ao nocaute. Os promotores de boxe deviam olhar bem para essa luta, entender a fórmula para trazer o esporte de volta aos holofotes. Não falta interesse pelo boxe, faltam grandes lutas, que atraiam mídia e público.

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