Árbitros criticam atuação de colega e veem nocaute de Anderson em Bisping
O resultado da luta do último sábado entre Michael Bisping e Anderson Silva ficará marcado pelas contestações. Há quem tenha visto vitória do brasileiro – ainda que os jurados laterais tenham votado unanimemente em favor do inglês – e há ainda quem considere que a luta deveria ter parado ao fim do terceiro round.
Foi nesse momento que Anderson soltou uma joelhada voadora que bagunçou o combate. Bisping reclamava com o árbitro Herb Dean para que a luta fosse paralisada para ele recolocar seu protetor bucal. Os segundos do round se esgotavam. E nesse descuido todo, Anderson fez o que tinha de fazer: atacar. Bisping tomou o golpe e caiu quase desacordado.
Para dois experientes árbitros brasileiros, Herb Dean teve uma atuação atrapalhada e errou ao não encerrar o combate após a joelhada voadora. Em vez disso, o norte-americano, visivelmente confuso, apenas avisava a Anderson, que já comemorava como se tivesse vencido, que ele não havia encerrado o combate.
Roberto Thomaz, que soma mais de mil combates em eventos nacionais, opinou: "O Herb Dean é meu amigo, é experiente, porém se equivocou. No caso do protetor bucal, ele só pode ser entregue na mão do lutador em momento sem embate. E ele se abaixou para pegar o protetor, sinalizou a devolução e o Bisping malandramente pediu o equipamento para evitar ser atacado. Mas tomou uma joelhada legal e caiu dobrado, no eixo da coluna, um indicativo claro de desligamento cerebral. Nocaute"
O árbitro brasileiro afirma que Anderson ainda poderia ter tentado dar mais golpes para liquidar a fatura mais claramente, e explica que o encerramento do round não pode salvar um lutador, a menos que ocorresse no último round. "O Anderson parou por causa do gongo, correto. Mas gongo não é contagem salvadora. O árbitro de MMA tinha de saber que deveria decretar o nocaute mesmo no intervalo. Ele errou feio".
Flavio Almendra, veterano com experiência em eventos como o Jungle Fight, é da mesma opinião.
"O Anderson nocauteou o Michael Bisping. Essa é a realidade. A joelhada foi totalmente licita, porque o arbitro não tinha interrompido a luta. E o atleta desligou. Caiu nocauteado. Mesmo que tenha soado o gongo, o Bisping caiu nocauteado, implodiu, caiu no meio das pernas, então, estava nocauteado. Aquela luta era para ter sido encerrada", afirma ele.
Almendra alerta também para o fato de o intervalo ter durado quase um minuto e meio, quando o correto é apenas 60 segundos, o que favoreceu o inglês.
"A função primordial do árbitro é garantir o respeito às regras e preservar a integridade dos lutadores. No momento que toma joelhada, ele apaga. É uma clara demonstração de que ele não tinha condições de se defender. Se o Herb quisesse extremar a regra e tomar para si a integridade física do atleta, ele teria ao menos de ter respeitado os 60 segundos, mas ele se enrolou com a situação. Um atleta pode ser 'nocauteado' no intervalo. Se tomar um golpe com efeito retardado, por exemplo… O intervalo faz parte da luta", completou.
Dadas as opiniões, é importante pontuar: a premissa de definir se uma luta acabou é sempre do arbitro central, seja com o combate rolando, seja durante um intervalo com o auxílio de um médico. Se Herb Dean não chamou o nocaute, Anderson não poderia ter saído comemorando. O motivo da crítica, então, é o fato de o juiz não ter dado o nocaute logo após a joelhada, ainda que as regras não tenham sido infringidas.
Resumindo, a grande polêmica acaba sendo centrada em algo subjetivo, ainda que Dean tenha errado seu posicionamento e administrado mal toda a situação. Bisping tinha condições de continuar lutando, ou deveria ter sido preservado? Herb Dean tomou sua decisão, e ela foi fundamental para o resultado do combate.
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