Nunca sabemos o que esperar do ótimo Maurício Shogun

Já nem lembro mais quantas vezes perdi quando apostei, de maneira convicta, em Maurício Shogun. Ele tem uma das técnicas mais apuradas do MMA, assombrou o Pride quando jovem da mesma maneira que Jon Jones o fez no UFC, mas nos últimos anos nunca sabemos qual Shogun vai lutar: o fenomenal ou o que sofre – e muito – com o condicionamento físico.

Na luta deste sábado, a última do card, contra Chael Sonnen, em Boston, a situação é a mesma. Nesta semana e na pesagem, Maurício mostrou que está muito em forma, mas a situação do seu gás só saberemos dentro do octógono.

Se o Shogun desta noite for o das lutas contra Lyoto Machida, ou dos nocautes contra Chuck Liddell e Forrest Griffin [no Shogun do Pride, sinceramente, não acredito mais], Sonnen tem poucas chances de sair vitorioso.

O Shogun bem preparado e com o gás em dia é quase invencível. Ele bate muito forte na trocação e não tem medo de sair na porrada. Seu muay thai é de primeira linha, além de ser um eficiente faixa-preta de jiu-jítsu.

Porém, se o Shogun desta noite for o das lutas contra Jon Jones, Dan Henderson, Brandon Vera ou Alexander Gustafsson, ele deve virar vítima fácil do eficiente jogo de wrestling de Chael. O americano é muito bom em colocar para baixo e pontua muito bem no ground and pound, apesar de não bater muito forte.

Maurício precisa estar com seu gás em dia e muito bem na defesa de queda para anular o jogo de Sonnen. A melhor chance do norte-americano é testar a preparação do brasileiro e levar o combate para além do terceiro round.

Nos últimos anos, Maurício se envolveu em muitas polêmicas nos bastidores, trocou de estafe algumas vezes, mudou de equipes, treinou com pessoas de diferentes, se afastou até do irmão Murilo Ninja. Para essa luta, novas mudanças e novas tentativas de voltar ao topo.

Que ele volte em grande estilo, não por "pachequismo" ou nacionalismo, mas pelo esporte. Por tudo que ele já mostrou e fez, seria um enorme desperdício para o MMA ver um grande atleta como ele se perder, de vez, com apenas 31 anos.