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Na Grade do MMA

O sujo - e eficiente - jogo de Jon Jones

Jorge Corrêa

28/04/2014 06h01


Não será a primeira vez que Jon Jones receberá críticas por usar técnicas que, se não são ilegais, são eticamente questionáveis. Ele sempre utilizou golpes que visam lesionar os adversários com gravidade. Tudo bem que a meta de qualquer luta é machucar, só que o campeão dos meio-pesados do UFC sabe usar sua técnica refinada de uma maneira suja, mas muito eficiente.

No último sábado, Glover Teixeira foi a mais recente vítima do norte-americano, que conseguiu uma vitória contundente e incontestável. O brasileiro até começou bem e conseguiu colocar alguma pressão sobre o campeão, mas assim que encontrou a distância e o tempo certo, Jones mostrou porque é o líder do ranking peso por peso do maior evento de MMA do mundo.

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Quando falo em jogo sujo, são todos dentro das regras do MMA – na verdade quase todos, mas falo disso mais abaixo. Jon Jones usa, principalmente, sua enorme envergadura para manter a distância de seus adversários. Contra Glover não foi diferente, mas o arsenal do norte-americano estava maior.

Tudo começou com seus famosos pisões no joelho – que já foram alvo de críticas de Rampage e Rashad Evans, por exemplo – que se atingirem o rival com a perna esticada, veremos uma fratura bem feia. Mas isso todo mundo já conhecia.

Contra o brasileiro, o campeão dos meio-pesados abusou de um recurso que parece até tosco: ele passou a colocar a mão na testa de Glover, para que ele não se aproximasse. Claro que deu certo, o que foi minando a paciência de Teixeira, além de abrir espaço para suas famosas e fatais cotoveladas.

Então entra a parte ilegal desse jogo: mais de uma vez, nessa tentativa de colocar a mão na testa do rival, ele acertou os olhos de Glover com os dedos. No segundo round, ele deveria ter perdido um ponto por conta disso.

Agora vamos para o clich. Com o brasileiro mais desgastado, Jones percebeu que era o momento de se aproximar para usar suas cotoveladas, laterais e de cima para baixo. Claro que em poucos minutos já tinha um enorme corte e muito sangue no rosto de Glover. Mas foi na luta agarrada que Jon mostrou outro recurso de seu jogo sujo. Em duas oportunidades ele travou e tentou torcer o cotovelo do adversário, claramente visando uma fratura no local.

Não quero entrar no mérito se está certo ou errado esse tipo de recurso. Está dentro da regra e uma lesão grave também leva à vitória. Ponto. Mas prevejo o campeão dos meio-pesados protagonizando, em um futuro próximo, uma cena forte em que ele machuca um rival de forma irreversível.

No entanto, ele encontrou a maneira perfeita para se tornar o maior campeão do UFC de todos os tempos e quebrando todos os recordes de Anderson Silva. Nessa categoria, já ficou claro que apenas Alexander Gustafsson tem os recursos para fazer frente a Jon Jones. Que venha a revanche!

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