Sem medo de dar vexame, Bellator pressiona UFC ao pensar fora da caixinha
Vimos na última sexta-feira uma da lutas mais, digamos assim, estranhas da história do MMA. Ken Shamrock e Kimbo Slice somavam 92 anos e fizeram um combate em câmera lenta e que muitos acusaram de ter sido armado. Não vou entrar nesse mérito por não ter o mínimo de provas sobre tal acusação, mas esse encontro deixou claro como o Bellator vai se posicionar daqui para frente para incomodar o todo poderoso UFC.
O resultado, pelo menos neste fim de semana, foi um recorde na TV, com 2,1 milhões de espectadores, liderando na audiência entre 18 e 49 anos. O recorde anterior era de 1,2 milhão.
Segundo maior evento de MMA da atualidade, o Bellator sabe que ainda está muito distante do líder em faturamento e audiência, mas essa distância lhe dá espaço para arriscar, para pensar fora da caixinha, como os teóricos do mundo corporativo gostam de dizer.
Com a chegada do novo chefão Scott Coker, que já tinha comandado o comprado pelo UFC e depois extinto Strikeforce, a franquia norte-americana passou a ousar em seus eventos, sem medo de passar alguma vergonha, como aconteceu nessa luta de vovôs. Contratou um monte de veteranos e ex-UFC, com os dois citados acima e Tito Ortiz, colocou os caras em lutas principais e agora começa a inovar até na montagem de seus cards.
Em sua ousadia mais recente, Coker anunciou para setembro um show híbrido com o Glory, principal evento de kickboxing da atualidade, com um ringue e um cage no mesmo ginásio, além de contar com um mini-GP de meio-pesados, com semifinal e final na mesma noite. O vencedor terá a chance de lutar pelo o cinturão da categoria e ainda veremos a estreia de Phil Davis nesta disputa.
Trazer esses atletas ou montar um evento como esse – o que pode dar errado se todos os vencedores das semifinais se machucarem, por exemplo – pode não acrescentar muito em termos de técnica ou de desenvolvimento do esporte, mas traz um holofote muito interessante sobre o Bellator.
Esses eventos podem parecer ousados demais à primeira vista, mas atraem um novo público e geram mais audiência. Dessa forma, eles podem se apresentar como concorrente à altura do UFC e criar uma nova geração de fãs para grandes atletas que eles possuem em seu plantel, como é o caso dos brasileiros Patrick e Patrício Pitbull (campeão dos penas), Dudu Dantas, Pat Curran, Daniel Strauss, Will Brooks e muitos outros.
Mais que se aproximar do UFC em público, o Bellator pressiona o líder a pensar um pouco diferente. Temos poucas novidades em termos de lutas, de eventos ou de montagens de card no Ultimate. Não que o MMA permita enormes ousadias, mas Dana White e seus pares poderiam respirar novos ares e ver o que está sendo feito fora do octógono mais famoso do mundo.
Sobre o blog
Contato: nagradedomma@gmail.com
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.