Por recorde, Ronda tem seu primeiro teste como estrela máxima do UFC

Ronda Rousey chegou ao UFC badalada por ser a primeira mulher da organização e, desde a primeira luta, em 2011, só cresceu. O que talvez nem ela imaginasse é que em quatro anos ela se tornaria a estrela máxima da organização, alcançando um patamar de celebridade mainstream nos Estados Unidos e liderando um card que tem tudo para bater o recorde de público do Ultimate.

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Neste sábado, em um evento com duas lutas femininas valendo cinturão, ela sobe no octógono montado no Etihad Stadium, uma arena de futebol de Melbourne, com a possibilidade de se apresentar para um público de até 70 mil pessoas. O UFC busca seu recorde de público e, pelas prévias de vendas, está confiante em confirmar que ultrapassará os 55 mil canadenses que acompanharam Georges St-Pierre x Jake Shields em 2011.

O UFC 190, quando bateu Bethe Correia em 34s foi a consagração. Agora, vem o primeiro teste desde que a campeã "explodiu" para o mundo. A posição de estrela máxima de Ronda foi atingida tanto por seus resultados quanto pelo boom de Ronda na mídia e a responsabilidade que a norte-americana carrega nos ombros.

Para encarar a ex-campeã mundial de boxe Holly Holm, Ronda passou, em menos de três meses, por uma enxurrada de entrevistas, ensaios sensuais, aparições e, claro, ainda teve que treinar para enfrentar sua rival mais experiente, uma ex-campeã mundial de boxe que, se foi pouco testada no UFC, é tarimbada e já conseguiu sair da posição de zebra para dominar seu esporte.

Fora isso, Ronda também viveu polêmicas fora do octógono. Sua mãe disparou abertamente contra seu técnico Edmond Tarverdyan – chegou a dizer que gostaria de atropelá-lo, pelo jeito que ele trata as mulheres – e começou um namoro com o peso pesado do UFC Travis Browne, acusado de agredir a namorada anterior.

Então, não faltou quase nada para Ronda nesses três meses desde o UFC 190. Agora, a norte-americana tem que provar que a superexposição e os problemas não afetaram sua mente e seus treinos e que seu desempenho manterá a evolução vista nas últimas lutas.

Essa evolução tem de acontecer inclusive na luta em pé, já que Ronda terá uma ex-boxeadora como rival. A campeã nocauteou Bethe Correia, mas deve ter mais dificuldade, já que Holm é maior e consegue jogar na distância, o que pode frear o jogo de clinch e quedas de Ronda. Até por isso, Ronda não espera um combate rápido, como seus quatro últimos, que totalizaram apenas 2min10s de ação.

"Acredito em uma luta de dois rounds. Holm é mais preparada que a Beth. Tem uma trocação melhor que ela. Será bem diferente', disse Rousey, que segue confiante. "Eu surpreendo as pessoas o todo tempo. E vou fazer isso de novo."

Holm, de 34 anos, treina com feras como Jon Jones em Albuquerque, nos Estados Unidos. Versada também em kickboxing – e com bons nocautes com os pés no MMA – ela tem usado como discurso o fato de se sentir bem como zebra, já que esteve nessa posição no boxe, diante de Christy Martin.

"Eu tinha 13 lutas e Christy tinha mais de 50 lutas. Ela tinha lutado no card do Mike Tyson, esteve na capa da revista Sports Illustrated e foi condecorada – ela era uma espécie de pioneira do boxe feminino", relembrou ela, que venceu facilmente. "No sábado, não vou tentar sobreviver, vou para ganhar. Tenho de tirar vantagem dos espaços que ela abrir e ser inteligente", concluiu.

Veja como foi a pesagem

Mais cinturão

Além do título no peso galo, de Ronda, ainda há outro combate feminino valendo cinturão. A carismática Joanna Jedrzejczyk faz sua segunda defesa e pega a oitava do ranking, Valerie Letourneau.

Joanna é um talento da trocação e conseguiu arrasar suas últimas rivais, tendo nocauteado tanto a então campeã Carla Esparza quanto a sua primeira desafiante, Jessica Penne. Letourneau também é boa em pé e vem de quatro vitórias seguidas, sendo três no UFC.

O clima entre elas foi mais quente, com encaradas com narizes se tocando e provocação da campeã, que é polonesa. "Eu posso ver nos olhos dela, ela já está com medo, acredite em mim. Mas vai ser uma guerra", disse Joanna.

Valerie disse que não esperava ser chamada tão rapidamente para a disputa de cinturão, mas disse que o combate faz sentido. "Para ser honesta, além de Claudia, que se machucou, quem mais tem três vitórias seguidas no UFC? Quem pode aguentar a trocação da Joanna? Então, não me surpreendeu", afirmou.

Mais combates

Revanche dos pesados – O terceiro combate mais importante da noite traz a revanche de uma luta sangrenta, que ficou marcada como uma das melhores de 2013. Antonio Silva e Mark Hunt empataram no primeiro encontro e o brasileiro, em seguida, caiu num antidoping, por excesso de testosterona no organismo. Desde então, Pezão perdeu dois combates e se recuperou em agosto, ao vencer Soa Palelei. Já Hunt vem de duas derrotas – uma pelo cinturão interino dos pesados, contra Fabricio Werdum e outra contra Stipe Miocic.

Vem mais nocaute? – O Homem Ambulância Uriah Hall ainda não conseguiu encontrar regularidade no UFC. Mas, desta vez vem de bons resultado. São duas vitórias seguidas, do jeito que todos gostam de ver do norte-americano: nocauteando – e olha que o seu mais recente rival foi o ex-campeão do Strikeforce Gegard Mousasi. Seu rival, o neozelandês também está embalado, com três vitórias seguidas – a última foi um nocaute em 44s.

UFC 193 – 14/11 – Melbourne (AUS)
14 de novembro, em Melbourne (AUS)

Card principal
Galo: Ronda Rousey x Holly Holm, pelo cinturão
Palha: Joanna Jedrzejczyk x Valerie Letourneau, pelo cinturão
Pesado: Mark Hunt x Antônio Pezão
Médio: Uriah Hall x Robert Whittaker
Pesado: Stefan Struve x Jared Rosholt

Card preliminar
Leve: Jake Matthews x Akbarh Arreola
Meio-médio: Kyle Noke x Peter Sobotta
Meio-pesado: Anthony Perosh x Gian Villante
Mosca: Richie Vaculik x Danny Martinez
Meio-médio: Brendan O'Reilly x James Moontasri
Médio: Daniel Kelly x Steve Montgomery
Meio-médio: Richard Walsh x Steven Kennedy
Mosca: Ben Nguyen x Ryan Benoit