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Na Grade do MMA

Por que McGregor pode colocar UFC no patamar das grandes ligas do mundo

Jorge Corrêa

16/11/2016 18h30


Sim, sei que já falamos muito de Conor McGregor depois do UFC 205, no último sábado, mas é simplesmente porque assunto é o que não falta sobre o irlandês. Mas prometo que esse será o último texto desta semana. (Pelo menos se não surgir nenhum fato novo :))

Tenho de admitir que critiquei o irlandês na semana passada, quando ameaçou arremessar uma cadeira Eddie Alvarez. Pontuei que ele exagerou e que pareceu uma encenação que aproximou o UFC perigosamente o telecatch. Mas passado esse momento, tenho de dar o braço a torcer. Como os americanos gostam de falar: ele entrega o que promete.

Mais que ser um showman, McGregor tem demonstrado ser um personagem com uma presença acima de qualquer outra que já tenha aparecido no UFC. Ele fala muito, mas também luta muito. Como brinquei com amigos, se não tivesse ficado muito claro que Alvarez estava ralando o couro para tentar vencer a luta, daria até para aventar que o combate estava vendido para lado de Conor.

Mas não. McGregor demonstrou que é um lutador acima da média, com um QI de luta bem mais elevado que da maioria que já pisou no octógono. Ele lembrou Anderson Silva, o maior de todos os tempos, em seus tempos áureos – a sequência final do irlandês em Eddie lembrou a do Spider contra Forrest Griffin, em 2009.

Conor McGregor é o perfil perfeito para o novo UFC, para o Ultimate comandado pela WME-IMG, empresa que ficou famosa por agenciar atores, cantores, artistas e esportistas de fama mundial. Alguém acha que realmente foi por acaso que a Madonna apareceu na primeira fila do show no Madison Square Garden?

Ele é uma mistura de carisma, com boa retórica (controverso ou não, ele sabe o que fala) e técnica refinada.

Com o falastrão liderando o card, o evento em Nova York bateu quase todos os recordes da história do UFC: maior bilheteria (US$ 17,7 milhões), maior público nos EUA (20.247 pessoas), maior público da pesagem em todo o mundo (15.480 torcedores), maior número de impressões em redes sociais (14 milhões) e maior audiência na TV nos EUA no card preliminar. O Ultimate nunca vai dar o número final, mas Dana White disse que também foi um dos eventos com maior venda de pacote de pay-per-view.

Esse números, somado ao fato esportivo de Conor ser o primeiro lutador da ter dois cinturões de duas categorias diferentes ao mesmo tempo, deixam claro que o campeão dos penas e dos leves pode colocar o UFC no patamar das grandes ligas esportivas do mundo.

Não por acaso ele está incomodando pessoas do nível de Floyd MayWeather ou está sendo imitado por Paul Pogba, astro da seleção francesa e do Manchester United. Conor é a ferramenta que o UFC sempre precisou para furar a barreira do nicho (os fãs de MMA e de lutas em geral) e se tornar um evento de massa.

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