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Na Grade do MMA

Com lampejos de show, Anderson precisa de "ajudinha" para voltar a vencer

Jorge Corrêa

12/02/2017 03h41

Nunca escondi o quão fã de Anderson Silva eu sou, por tudo que ele já fez dentro do octógono e pelo quanto ele ajudou a colocar o MMA no patamar que está neste momento no Brasil. Mas o Spider que tomou o país de assalto dificilmente vamos ver novamente.

Pelo menos foi o que ele deixou claro neste sábado, no UFC 208, no Brooklyn, contra Derek Brunson. O brasileiro teve apenas lampejos do gênio que ele um dia foi, mas pelo menos na cabeça dos juízes de cadeira, isso foi o suficiente para ele retornar à coluna das vitórias depois de mais de quatro anos.

Anderson até acertou bons golpes no norte-americano, conseguiu alguns movimentos plásticos, alguns chutes e joelhadas interessantes. Mas ele estava claramente mais lento e mais cansado do que ficava anos atrás. A idade parece finalmente ter chegado para o maior lutador que o UFC já viu.

Não gosto de colocar nos números toda a culpa por resultados controversos como o desta luta, mas dessa vez, eles corroboram de forma enfática a ajudinha que o brasileiro teve dos árbitros laterais para se reencontrar com a vitória. Eu – e maioria das pessoas que acompanham MMA com mais afinco – viram uma vitória de 29-28 de Brunson. Até um 30-27 do norte-americano não seria tão estranho. Mas dos juízes de cadeira, dois viram 29-28 de Anderson e um deles, que deveria estar trabalhando completamente bêbado – deu 30-27 para o brasileiro.
Vamos às estatísticas da luta. Derek Brunson acertou 54 golpes significativos, contra 43 de Anderson Silva. Em golpes totais, foram 118 a 54 para o norte-americano. Se virmos round a round, os números do derrotado foram consideravelmente melhores em dois dos três períodos.

Vou rever depois com mais calma esse combate para tentar entender onde os juízes viram a vitória do Spider, mas neste momento, fica um gosto agridoce de vê-lo voltar a vencer desta maneira.

Mas provavelmente teremos uma nova chance de ver algum show de Anderson. Apesar do discurso emocionado ao final do combate, ele não deu qualquer indicação de que poderia parar após essa luta. E da próxima vez que o virmos no octógono, ele provavelmente já terá 42 anos…

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