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Ginásio vazio ou público fidelizado? Uma lição do UFC para o Brasil

Jorge Corrêa

29/08/2013 13h13

UFC não deve contar com casa cheia em suas próximas edições no Brasil

Em uma franquia de valores bilionários e patrocínios de cifras astronômicas – é o que se pode deduzir do mercado, já que os contratos são sigilosos – a porcentagem de lucro com vendas de ingresso são cada vez menos relevantes para o UFC. Claro que eles não querem ginásio com clarões que fiquem feios nas transmissões de televisão, mas o evento da última quarta-feira mostrou que um ginásio pouco ocupado é sinônimo de desprestígio.

O UFC Fight Night 27 aconteceu na arena Bankers Life Fieldhouse, na cidade de norte-americana de Indianápolis. O ginásio, em jogos da NBA do Indiana Pacers, recebe 18 mil torcedores, média das principais arenas da liga da basquete e pouco mais que o público máximo da HSBC Arena, no Rio de Janeiro, principal palco do Ultimate no Brasil.

Dito isso, o público pagante de pouco menos de 6 mil pessoas na noite passada seria grande susto, um evento do UFC com apenas um terço da lotação do ginásio. Os mais afobados apontariam como uma enorme tragédia, um fracasso, dentre tantos outros adjetivos catastróficos. Mas essa novidade de cards no meio de semana mostra que o Ultimate está cada vez mais preocupado em fidelizar e educar seu torcedor.


Colocar evento em uma quarta-feira e sem nenhuma grande estrela do MMA é um desafio para o fã da modalidade. Esse UFC: Condit x Kampmann foi um card para iniciados, não para iniciantes. Foram lutas muito técnicas, bem casadas, um card muito divertido, do começo ao fim, mas dificilmente atraiu o torcedor ocasional.

Quem consegue no meio da tarde ir para um ginásio durante a semana, ficar até tarde e vibrar com quase todas as lutas, como pudemos ver ontem, é o torcedor que compra pay-per-view com frequência, que consome produtos oficiais, compra camisetas e revistas, frequenta feiras do Ultimate e até mesmo viaja para ver grandes cards.

Essa situação é uma grande lição para o Brasil, que se consolidou este ano como o segundo mercado consumidor de UFC em todo o mundo. Com esse avanço em 2013, o país já começou a receber esses eventos menores e agora terá dois shows de quarta-feira no segundo semestre, em Belo Horizonte e Barueri (SP), em 4 de setembro e 9 de outubro, respectivamente.

Dificilmente teremos ginásios abarrotados como no Rio de Janeiro. Além das dificuldades já citadas acima, no Brasil ainda temos muito trânsito durante a semana, os preços mais salgados e a concorrência com o futebol de quarta-feira, dia nobre para a rodada. O UFC sabe que terá um público mais qualificado e educado nesses shows e não ficará nenhum pouco chateado se não tiver casa cheia, porque sabe que a tendência é esse número melhorar cada vez mais.

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