TUF Brasil 3 pelo diretor do TUF Brasil 3
Quem acompanhou a segunda edição reality show The Ultimate Fighter Brasil no ano passado, sabia que algo precisava ser mudado. O programa apostou muito nas brincadeiras dos lutadores e acabou perdendo em qualidade como show de TV e como revelador de bons atletas. E para comandar essa mudança para 2014, o TUF Brasil chamou um nome experiente.
A Floresta, produtora responsável por executar o programa sob os moldes do UFC e da Globo, contratou o diretor Johnny Martins, que por muitos anos comandou os realities show da TV Record e esteve à frente dos bem sucedidos Troca de Família e Simple Life. Mas essa foi sua primeira experiência com lutas, apesar de já ter trabalhado com outros esportes.
Conversei com Johnny assim que o programa terminou de ser gravado para ele explicar o que teremos de diferente no TUF Brasil a partir deste domingo, depois do BBB. Um ponto ficou claro: o programa estará com uma estética mais refinada e houve uma enorme preocupação com a escolha dos atletas.
Onde será a principal mudança para essa temporada? O programa está bem mais refinado, temos uma estética diferente este ano, trabalhamos com uma palheta mais contrastada de vídeo, tínhamos uma câmera F55, uma F700, conseguimos misturar melhor a linguagem de documentário com reality. A parte da luta tentamos deixar como se fosse ao vivo, mas a parte do reality deixamos mais documentário. Tem muita coisa em câmera lenta para deixar mais dramático, focamos bastante nas histórias, não tem mais aquelas brincadeiras que tinham nas outras edições. Isso era bobagem.
Mas você acha que foram exageradas as brincadeiras na temporada passada? Não vou criticar o trabalho dos outros, de repente, se teve, também pode ter sido pedido. Entendo que era um desejo da Globo ter esse tipo de coisa. O TUF é um projeto que, para estar na Globo, tem de ter um pouco do DNA da emissora. Mas era uma ideia que estava sem muito esse DNA da Globo lá dentro. A pressão é muito grande, tem de dar certo, tem de dar audiência, e o TUF é um projeto concebido originalmente para TV fechada, então jogar isso na TV aberta sem adaptar nada por não dar certo. Então pode ter sido isso.
E como fazer diferente? Esse ano investimos no drama de 16 jovens que têm o sonho de entrar no UFC, mas é sempre difícil virar a história deles, porque eles são muito focados, só querem saber de lutar, lutar e lutar. Eles não querem saber de muita coisa que não seja isso. Convivência na casa não é o Big Brother. Mas havia uma vontade de Globo de trazer isso mais para a realidade da TV aberta, uma coisa mais popular.
Nos EUA o programa teve uma grande mudança estética a partir do TUF 17 [Jon Jones x Chael Sonnen]. É nessa edição que vocês se inspiraram? Exatamente. Nossa referência foi mesmo as edições 17, 18 e 19 do TUF [dos EUA], também fui para Las Vegas para acompanhar a gravação do 19. Mas a concepção de aparência será essa mesma, que começou no 17, o depoimentos dos lutadores são todos dentro do ring light, um pouco mais engessado mesmo, mas isso é uma franquia, por mais que você tente dar esse sabor brasileiro, ainda é uma franquia norte-americana.
Quais pontos você destacaria dessa terceira edição? Conseguimos fazer uma boa mistura, ele está bem acabado, bem bonito, qualidade de imagens absurda, com uma câmera de cinema, os replays serão especiais. Investimos muito no elenco, tem uns meninos mais bonitos, com uma capacidade intelectual melhor, até para atrair mais o público feminino também. Temos as técnicas convidadas. Temos muitas novidades que são desejos da Globo.
E a qualidade dos lutadores? A colheita aqui será sensacional, porque a safra de lutadores é ótima, todos os executivos estrangeiros ficaram loucos, falam que no Brasil você balança a árvore e caem dezenas de lutadores ótimos. No Canadá você acha um, na Austrália outro. Mesmo os que perderam, tenho certeza que terão outra chance.
Houve uma pressão maior após a queda de qualidade e de audiência da temporada passada? A pressão é a mesma de qualquer projeto que vai para a Globo, mas acho que me chamaram por minha experiências com realities muito populares, dar essa pegada para o programa. Mas só vamos saber se vai dar certo quando for ao ar. Não é um projeto muito difícil de executar, tenho todos os equipamentos possíveis.
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