Revés de Shogun expõe má fase brasileira. Mas novatos mostram: há salvação
Por Maurício Dehò
Salvo José Aldo, que defendeu seu cinturão no UFC 179 em grande estilo, o Brasil segue em uma seca de grandes resultados quando se pensa nos grandes nomes que alimentaram o MMA durante os últimos anos, na fase de explosão da modalidade. Anderson Silva, Minotauro, Lyoto Machida, Renan Barão, Júnior Cigano… Maurício Shogun aumenta a lista com a derrota chocante contra Ovince St. Preux, em 35 segundos. Mas, e aí, há motivos para desespero?
Se Aldo tivesse perdido, com certeza. A manutenção do título do peso pena foi, talvez, a melhor notícia para o MMA brasileiro em 2014. Olhando além do combate principal em Uberlândia, a salvação veio com o desempenho de diversos talentos jovens, que entregaram as vitórias prometidas e mostraram que há esperanças de que a nova geração vá longe e busque grandes resultados.
Sobre Shogun, há pouco a dizer. Um revés em menos de um minuto, em casa, contra um rival inferior e chamado com pouco tempo de preparação só pode ser considerado vexatório. Mais uma vez, Shogun terá de se reconstruir, juntar os cacos e tentar se reinventar.
Os pontos positivos em Uberlândia vieram de dois lutadores de apenas 23 anos. Um mais conhecido, Warlley Alves, campeão do TUF Brasil 3. O meio-médio bateu Alan Jouban por pontos. Não foi aquela vitória com show, mas o resultado é importante e traz ensinamentos, principalmente para Warlley entender que não pode tentar mostrar todo o seu potencial no começo e que, se preservar o físico, pode vencer seus combates com mais facilidade e menos desgaste.
O outro é Thomas Almeida. Invicto antes de entrar no UFC só com nocautes e finalizações no cartel, agora ele somou seu primeiro triunfo por pontos e deu mostras de que será aquele tipo de lutador que sempre fará lutas empolgantes. Bom? Em termos. Thomas tem uma trocação afiadíssima, só tem de aprender a se expor menos. Não dá para receber tantos golpes e sair com a cara estragada toda luta, até porque uma hora ele enfrentará adversários mais fortes, e numa dessas é ele quem acabará nocauteado. Mas Thominhas venceu, venceu bem, e fez jus à sua fama, ganhando crédito para manter sua evolução.
Além dos dois, pode-se destacar o quarto triunfo seguido de Caio Magalhães, que já começa a se colocar como um "ranqueável" na categoria médio, a 11a vitória seguida de Claudio Hannibal (sendo a segunda pelo UFC) – apesar de um desempenho abaixo do esperado – e foi bom ver Juliana Lima e Dhiego Lima se recuperarem de suas estreias com revés no Ultimate.
Campeões são construídos com tempo, e Thomas e Warlley vão precisar de paciência e um trabalho muito consistente para manterem a caminhada rumo às cabeças e, quem sabe, aos cinturões de suas categorias. Shogun decepcionou, sim, e muito. Mas o UFC Uberlândia não foi um fracasso. O evento termina com uma necessária pontada de esperança.
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