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Na Grade do MMA

Por que é tão difícil – mas não impossível – Werdum vencer Velásquez

Jorge Corrêa

12/06/2015 06h00

Durante muitos anos os pesados do UFC eram um arremedo de categoria se comparada a outras que campeões dominantes e desafiantes de alto nível. Eram poucos atletas, muitos casos de doping, nomes repetidos e desgastados. Foi o campeão Cain Velásquez que conseguiu levar os grandões do Ultimate a um novo patamar.

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O norte-americano de ascendência mexicana está no UFC desde 2008, mas atropelar Minotauro e fazer o gigante Brock Lesnar, até então bicho-papão da categoria, parecer uma criança ao lhe tomar o cinturão, fez com que o mundo do MMA abrisse de vez os olhos para ele. Os fãs mais fanáticos dos brasileiros podem dizer que ele foi nocauteado por Junior Cigano logo em sua primeira defesa, na única derrota de sua carreira, mas está cada vez mais claro que aquilo não passou de um acidente de percurso.

Quem vencerá o duelo entre campeão linear e campeão interino dos pesados do UFC?

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Neste sábado, contra Fabrício Werdum no UFC 188 no México, Cain fará apenas sua terceira defesa de cinturão consecutiva, o que será um recorde para os pesados se vencer, mas já provou que nunca existiu no UFC um atleta como ele em sua categoria e é exatamente por isso é tão difícil vencê-lo.

O campeão linear pode não ser dos mais carismáticos, fala pouco, suas entrevistas não tem provocação ou entusiasmo, mas ele arrebanha fãs pelo o que faz como ninguém dentro do octógono.

Mão pesada, quase todos os seus pares da categoria têm. Um wrestling forte para levar a luta para o chão, vários também possuem. Mas nunca vimos um peso pesado com a resistência física aliada a uma técnica refinada como a dele. As duas surras que ele aplicou sobre Junior Cigano mostraram que ele consegue manter um ritmo e uma pressão absurda por cinco rounds, como Rafael dos Anjos fez, por exemplo, para conquistar o cinturão… DOS LEVES.

Cain não tem a melhor trocação do mundo e não derruba com a facilidade de seu amigo Daniel Cormier, mas quando ele junta alguma dessas técnicas com seu gás infinito, fica quase impossível de seus rivais terem tempo de respirar. E entre os pesados, isso faz uma diferença enorme. Cigano aproveitou provavelmente o único grande erro nesse jogo de Cain para ser campeão.

Neste cenário, será muito difícil para o brasileiro sair campeão do México neste sábado, mas não impossível por conta do que o próprio Werdum vem fazendo nos últimos anos. Tranquilidade tem de ser a chave do seu jogo. Todos que partiram para cima de Velásquez de qualquer maneira sempre se deram muito mal. É muito difícil ler seus contra-ataques com a velocidade que ele tem.

O gaúcho precisa usar muito sua maior altura e a trocação fina que ganhou com o técnico Rafael Cordeiro. Conseguindo manter a distância, ele pode controlar o ímpeto do campeão para se atacar no momento certo. E não podemos esquecer que Werdum tem sempre uma carta na manga, aquela que assombrou o mundo quando venceu Fedor Emelianenko: seu jiu-jítsu de campeão mundial.

Sobre o blog

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