Indisponibilidade de campeões cria problemão para Dana resolver no UFC
Por Rodrigo Garcia
O UFC 230, que acontecerá em Nova York, em 3 de novembro, está se tornando uma baita dor de cabeça para a organização. Por ser um card numerado, o evento, que será realizado no lendário Madison Square Garden, deveria ter uma disputa de cinturão como atração principal da noite. E é justamente essa exigência que está tirando o sono de Dana White e seus colegas.
O plano inicial da organização era que Tyron Woodley unificasse o cinturão dos meio-médios contra o falastrão Colby Covington. Contudo, uma lesão na mão, que precisará ser corrigida em uma cirurgia, fez com que o campeão linear da divisão ficasse indisponível.
Assim como Woodley, quase todos os outros campeões do UFC também estão fora de combate por lesões ou por terem outras lutas programadas. Principal estrela da organização e nome ideal para alavancar o evento, Conor McGregor voltará à organização em 6 de outubro após longo período afastado para realizar a aguardada disputa de título contra Khabib Nurmagomedov na divisão dos leves.
Daniel Cormier, campeão dos meio-pesados e dos pesados, está com a mão lesionada e tem confronto encaminhado com Brock Lesnar para o início de 2019, quando deverá defender o título da divisão com maior tolerância de peso.
Robert Whittaker, campeão dos médios, afastou a possibilidade de voltar ao octógono em 2018. O lutador será treinador da 28ª edição do reality "The Ultimate Fighter" e, ao final, colocará seu título em jogo contra Kelvim Gastelum, em duelo que deve acontecer apenas em 2019.
Max Holloway, dono do título dos penas, ainda não retomou completamente a rotina de treinos desde que precisou deixar a disputa contra Brian Ortega por ter sentido sintomas semelhantes aos causados por uma concussão. A expectativa é que os lutadores se enfrentem no UFC 231, em dezembro, no Canadá.
Entre as mulheres, o cenário não é muito diferente. Campeã dos penas, Cris Cyborg fará a superluta contra a campeã do peso galo, Amanda Nunes, no UFC 232, que acontecerá em 29 de dezembro, em Las Vegas.
A divisão mosca feminina não tem campeã desde que Nicco Montaño passou mal às vésperas da disputa de título contra a ucraniana Valentina Shevchenko. Como Dana White ficou extremamente incomodado com a situação, ele optou por retirar o título de Nicco e agendou um interessante duelo entre Valentina e a ex-campeã do peso mosca, Joanna Jedrzejczyk, para o UFC 231.
Por fim, Rose Namajunas, que detém o título do peso mosca, não tem previsão de voltar ao octógono antes do fim de 2018. Em entrevista ao jornalista norte-americano Ariel Helwani no último mês, o técnico de Namajunas, Trevor Wittman, explicou que a lutadora ainda está abalada por conta do polêmico ataque de Conor McGregor ao ônibus que levava atletas do UFC após um evento da organização. Por ter um histórico de violência doméstica, a atleta ainda sofre com as consequências psicológicas do ocorrido.
O que sobrou para o UFC
Com o cenário citado acima, a organização não tem muitas opções para resolver seu problema. E as opções cogitadas evidenciam isso.
TJ Dillashaw, campeão dos galos, e Henry Cejudo, campeão dos moscas, são as duas opções mais interessantes para salvar o evento. Ambos já chegaram a se desafiar por meio da imprensa e o duelo entre eles é uma possibilidade cogitada dentro da organização. Porém, dois fatores pesam contra o duelo: ambos são atletas que não atraem tanto interesse do público na hora de vender pacotes de pay-per-view e o tempo para promover a possível luta é curto, o que poderia derrubar a audiência do card que será realizado em um dos templos do esporte.
Outras duas opções para resolver o problema poderiam vir direto do card problemático. Na última quarta-feira (26), Nate Diaz e Dustin Poirier afirmaram que a luta entre eles seria promovida para evento principal da noite, em duelo que inauguraria uma nova divisão de peso no UFC, até 75 quilos, e decretaria o primeiro campeão da categoria. Contudo, logo foram desmentidos por Dana White.
Os ex-campeões dos médios do UFC, Luke Rockhold e Chris Weidman, também estão escalados para o evento, mas dificilmente a organização aceitaria criar um título interino nesta divisão, uma vez que o campeão linear, Robert Whittaker, não está machucado e já tem luta agendada contra Gastelum.
Por fim, o jornalista Ariel Helwani, da ESPN norte-americana, noticiou, também na última quarta-feira (26), que o UFC estuda escalar Yoel Romero, ex-desafiante ao título dos médios, para encarar Alexander Gustafsson, ex-desafiante ao título dos meio-pesados, pelo cinturão interino ou linear da divisão até 93 quilos. Como Cormier detém dois títulos, a tendência é que a organização o pressione a abrir mão de um deles, assim como aconteceu com Conor McGregor.
Em meio a tantas questões indefinidas, existe apenas uma certeza: Dana White e seus colegas terão que quebrar a cabeça para entregar um bom espetáculo ao público e evitarem que o show se torne um dos piores cards numerados dos últimos tempos.
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