UFC chega ao rico mercado chinês, mas derrapa na falta de ídolos locais para se firmar na Ásia
Por Maurício Dehò
Estados Unidos, Canadá e Brasil. Esta é a tríade que ainda comanda os interesses no MMA e seu maior evento da atualidade, o UFC. A principal organização do "esporte que mais cresce no mundo", no entanto, tem tentado espalhar sua influência por outros cantos ano após ano. Exemplo disso foi com o Brasil, e como todos acompanhamos, o MMA virou febre. No sábado, outro passo será dado, agora em busca do rico mercado chinês. Mas a missão é um pouco mais complicada desta vez.
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Ir à Ásia, segundo o UFC, é retornar a uma das terras sagradas das artes marciais, tanto que Bruce Lee figura até no pôster do evento. Foi assim com o Japão, e é assim com a China. Mas só isso não garante popularidade, audiência e, claro, dinheiro. Na volta ao Brasil, este mesmo discurso de "ir para onde o MMA nasceu" foi usado. A diferença é que o público brasileiro abraçou um esporte em que o país tem enorme sucesso – hoje, por exemplo, quatro cinturões estão com atletas daqui.
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Na China, muito pelo contrário, apenas um lutador dito chinês estará presente no card. É Tiequan Zhang, que por sinal nasceu na Mongólia. Na luta principal, os olhos puxados de Cung Le são de um vietnamita que aos três anos de idade deixou o país em direção aos Estados Unidos. O resto da noitada terá japoneses, sul-coreanos e até um representante de Guam. Mas é pouco que os chineses possam se identificar.
O paralelo claro fica em relação ao Japão. Depois de um hiato de 12 anos, o UFC retornou ao país em 2012 para a edição 144. Apesar de ter nove atletas da casa, nenhum deles esteve entre as lutas principais e poucos dos que venceram são candidatos a se tornarem os primeiros asiáticos a se tornarem ídolos de grande porte dentro da organização. O mais próximo que já se teve disso foi o japonês Kenichi Yamamoto, que venceu o GP dos médios no UFC 23, mas os asiáticos seguem órfãos de astros desde os tempos de Pride.
Vale notar também a sede do evento. O UFC entra no mercado chinês por Macau. O local é uma região administrativa especial, que até 1999 era controlado por Portugal. A aposta foi em realizar os combates na CotaiArena, localizada dentro de um famoso resort que atrai milhares de turistas por ano. Se der certo, pode ser um primeiro degrau para o Ultimate adentrar a China de fato.
O UFC não costuma dar ponto sem nó e, mesmo quando ousa, a organização parece saber exatamente onde está pisando e para onde quer ir. Neste sábado, a China assistirá a um evento regular do UFC, com alguns asiáticos em posição de destaque. Ainda é pouco, mas quem sabe esta semente não vire fruto em alguns anos? Vamos aguardar.
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