Bethe Correia de olho no cinturão da "antiética" Ronda Rousey
Com uma voz suave e um belo sotaque de Natal, falar com Bethe Correia por telefone causa estranhamento. Isso porque ela é uma das mais duras e talentosas lutadoras do Brasil no UFC. Difícil imaginar que aquela moça vai sair na porrada com alguém dali alguns dias. Ela enfrenta neste sábado a norte-americana Shayna Baszler no card principal do UFC 177.
Ela chega a essa luta com a moral de estar invicta em oito lutas de sua carreira profissional no MMA, sendo dois combates já no UFC. Nessa situação, não tem como não pensar em cinturão. Bethe até tentou deixar a campeã Ronda Rousey fora do papo, mas não conseguiu. Foi apertar um pouco que ela falou tudo o que pensa da campeã. E não é pouca coisa.
Você sente uma pressão maior por estar invicta ou por ser a única brasileira do UFC que ainda não perdeu na carreira? Não muito. No Brasil o pessoal não liga muito para isso. São mais os americanos que gostam dessas estatísticas, que são muito competitivos e ficam atentos a essas coisas. Eu quero me manter invicta pela minha vaidade pessoal e porque sei que assim vou chegar ao cinturão.
Falando em cinturão, você acha que está perto dele? Acredita que precisa vencer mais uma ou duas lutas? O cinturão para mim é um sonho, estou sempre na expectativa. Sei que preciso vencer e convencer nessa luta, porque estou pronta para disputar o título. Se não for na próxima, não tem problema, pois sei que tenho o que é preciso para ser campeã. Será mais um passo para eu estar cada vez mais próxima disso.
Quando você for disputar o cinturão, pode ser contra qualquer rival ou você preferiria que fosse contra a Ronda? Eu nem ligo para Ronda, ela é só mais uma lutadora que está com algo que eu quero. Pessoalmente, estou nem aí para ela. O que me interessa é apenas o cinturão. Se estiver com ela, não tem problema. Não tenho uma rivalidade pessoal. Ela só é uma campeã que não gosto como atleta, ela tem uma postura muito antiética. Não tenho nenhuma simpatia por ele e nunca vou ter. Olho para ela apenas como profissional.
Bom, você disse que não se importa, mas falou que ela é antiética… Verdade. Acho que ela não tem profissionalismo, não tem respeito pelas adversárias, fala coisas muito pesadas e erradas também. Não cumprimentou a [Miesha] Tate depois que venceu, não me cumprimentou depois que venci a Jessamyn [Duke, pupila de ronda], diz coisas desmerecendo duas rivais. Isso para mim não é uma postura de esportista. Mas, sinceramente, isso pouco me importa.
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