Como McGregor tomou o 'poder' para si e pode escolher seu futuro no UFC
Conor McGregor não apenas conquistou cinturão do UFC. Ele chegou chutando a porta, roubou o título de José Aldo – literalmente, em certo momento -, sentou à mesa do presidente e ainda botou os pés em cima da mesa. Pois é, o irlandês falastrão basicamente tomou o poder como maior astro do momento, tanto que pode olhar para o horizonte e dizer que caminho quer trilhar. Poucos lutadores na história conquistaram tanto respeito dentro da organização em tão pouco tempo. Ou nenhum…
O irlandês não fez tanto sem méritos, ainda que boa parte deles venha de sua boca grande. Foi com ela que ele se fez ser visto no Ultimate, chamando a atenção de Aldo e construindo para si a chance de disputar o cinturão. Apesar de chegar ao posto de 1º colocado no ranking peso por peso, José Aldo sempre foi um lutador difícil de ser vendido à imprensa e ao público. A promoção feita em cima do combate entre ele e McGregor, ainda quando eles se enfrentariam no UFC 189, foi algo inédito para o manauara, incluindo comerciais com pegada de filme de cinema e turnê mundial de divulgação.
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Na parte técnica, McGregor também não decepcionou, com seus seguidos nocautes. Colocou em sua lista Chad Mendes, então número 1 do ranking, e agora, precisou de apenas 13 segundos para dar um contragolpe quase ninja, de tão perfeito, em quem era o único campeão dos penas desde que a categoria foi introduzida no UFC.
Os números comprovam as conquistas. Na luta contra Chad Mendes, em julho, ele já tinha conseguido ajudar o UFC a bater o recorde de público do MGM (mais de 16. 019 pessoas) e o de bilheteria (US$ 7,2 milhões) nos Estados Unidos, em um evento do UFC. Agora, no UFC 194, arrastou uma multirão de irlandeses para a arena, que teve 16.516 torcedores para uma renda de US$ 10,1 milhões. Fora isso, seu nocaute foi o mais rápido da história em disputas de título.
As vitórias dentro e fora do octógono e a ausência de astros como Jon Jones e Ronda Rousey abriram caminho para McGregor chegar tão longe. Ele, por sua vez, abre portas para o UFC adentrar no complicado mercado europeu, que sempre foi um objetivo, mas que ainda é um público difícil de se jogar de vez no MMA. Partindo da Irlanda, em que é o primeiro herói da modalidade, e podendo transcender as fronteiras para o Reino Unido e sabe-se lá até onde pode ir parar…
O futuro nas mãos de Conor
Geralmente é o UFC quem dá as cartas. Anderson Silva, por exemplo, nunca quis dar uma revanche a Chael Sonnen. Mas deu. O UFC poderia muito bem dizer ao irlandês o que ele fará em sua próxima luta. E acabou deixando ao campeão definir o que quer fazer, além de logo de cara fechar as portas para uma revanche com José Aldo.
A postura da organização é até curiosa. McGregor é apenas o segundo campeão dos penas, mas Dana White falou com naturalidade das chances de ele abandonar o cinturão logo de cara. Isso porque um dos integrantes da equipe do irlandês afirmou que ele não deve mais tentar bater o limite dos penas, de 66 kg, já que o corte vem sendo muito rigoroso.
McGregor já lançou antes de bater Aldo provocações ao campeão dos leves (até 70 kg), Rafael dos Anjos. E assim, White já vê como opção colocar o lutador diretamente na disputa de cinturão… Tudo depende, é claro, do combate deste sábado, em que o campeão Dos Anjos fará sua primeira defesa de título, contra Donald Cerrone.
A única coisa que os dirigentes cortaram as asinhas do irlandês é em relação a ter dois cinturões simultaneamente. Eles não querem nenhuma das categorias paradas, então, para ser campeão dos leves, ele precisa deixar vago o dos penas.
Caso resolva ficar entre os penas, McGregor também deve ter facilidade em colocar sua vontade em prática. As opções são enfrentar Aldo novamente – algo que só deve acontecer se o próprio McGregor acenar positivamente neste sentido e pressionar o UFC – ou pegar Frankie Edgar, um lutador perigoso, especialista em wrestling, a quem foi prometida uma disputa de cinturão após a vitória na sexta-feira contra Chad Mendes.
O fato é que McGregor agora tem tempo e está de cuca fresca para definir o que fará. E, com certeza, o caminho que ele fareja e deve seguir é um só: o do dinheiro. O novo rei não tem nada de bobo…
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